Franklin de Freitas – UFPR: coletivos suspeitam que os episódios de vandalismo ocorridos após o encerramento do evento podem ter sido provocados por “infiltrados” organizados para criminalizar o evento.

Os organizadores da manifestação contra o racismo, ocorrida hoje no final da tarde, em frente ao prédio histórico da Universidade Federal do Paraná (UFPR) divulgaram nota afirmando que o ato ocorreu de forma pacífica e ordeira, e apontam a suspeita de que os episódios de vandalismo ocorridos após o encerramento do evento podem ter sido provocados por “infiltrados” organizados para criminalizar o evento. 

A manifestação começou por votal das 18 horas. Cerca de 1 mil pessoas participaram do ato inspirado nas manifestações que vem ocorrendo nos Estados Unidos e na Europa, após a morte de George Floyd pela polícia da cidade norte-americana de Minessota. Mas após o final do protesto, um grupo que carregava uma faixa da Antifa passou a promover uma passeata na direção do Centro da cidade pela Rua XV de Novembro até o Centro Cìvico. Já nas proximidades do Colégio Estadual, houve ameaça de confronto entre os manifestantes e os policiais, ainda em menor número. Na frente do Palácio Iguaçu, o grupo queimou uma bandeira do Brasil, em protesto contra o governo do presidente Jair Bolsonaro. Policiais Militares tentaram impedir o ato, o que acabou gerando outro início de contronto. Foi quando parte dos manifestantes depredou agências bancárias do Santander, Bradesco e Itaú com pedras. Também foi atingido o Shopping Mueller e a sede do Fórum de Curitiba, na Avenida Cândido de Abreu. A sede da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) foi um dos alvos também.

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“A organização do ato CONTRA O RACISMO EM CURITIBA vem a público manifestar que, diferentemente do vinculado nas redes sociais e na imprensa, os manifestantes, além de utilizar proteção para evitar a propoagação da epidemia de COVID-19, comportaram-se de maneira ordeira, em defesa da democracia e contra o racismo”, diz a nota. “O ato foi um sucesso. Reuniu muitas pessoas, teve uma atmosfera esperançosa por dias melhores”, aponta o texto. 

“Nossa luta é por igualdade, contra o racismo, a violência contra jovens negros nas periferias, a proliferação de grupos que propagam o ódio e o genocidio de brasileiros promovido pela falta de uma política clara de saúde durante esta pandemia”. 

De acordo com o grupo, “infelizmente, no final do ato, em uma dispersão de alguns poucos, houve vandalismo contra o patrimônio público. O que, ao nosso ver, é muito estranho e suspeito e representa a presença organizada de infiltrados que desejam a criminalização do movimento”. “O uso de força excessiva por parte da polícia demonstra também a incapacidade de diálogo e a opção pela agressão”, avaliam os organizadores. 

Assinam a nota “Movimento Feminista de Mulheres Negras”, “Bando Cultural Favelados da Rocinha FAVELA”, “União da Comunidade dos Estudantes e Profissionais Haitianos ( UCEPH), “J23 – Juventude do Cidadania”, Rede nenhuma Vida a Menos”, com apoio do Grupo Dignidade e da Aliança Nacional LGBTI+