Documentos da auditoria feita pelo Ministério Público nas contas do presidente da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), Rafael Greca (PMDB), apontam que “há informações suficientes para abertura de denúncia-crime” por gastos com jantares de luxo pagos com dinheiro da autarquia. A denúncia foi publicada pelo Jornal do Estado em 2007. A Promotoria de Defesa do Patrimônio Público deve pedir nos próximos dias  a abertura de ação do presidente da companhia na Justiça Estadual, com base no relatório da auditoria, que constatou “indícios de improbidade administrativa”.

Segundo o levantamento, a Cohapar gastou entre fevereiro de 2007 e abril de 2008, mais de R$ 27 mil com despesas de alimentação de seu presidente. Os gastos incluem jantares em restaurantes de luxo em Curitiba, como o Ille de France, especializado em cozinha internacional de alto padrão. A Cohapar não nega os gastos, mas alega que as despesas se referem a compromissos oficiais com a recepção de autoridades. Além do salário de quase R$ 14 mil, Greca tem direito ainda a uma verba de representação no valor de R$ 8.806,00, na qual está incluído o vale alimentação. 

Além do Ille de France, os documentos revelam gastos no restaurante do Graciosa Country Club, Anarco Empório Restaurante, Ka Kiun Kim Cozinha Oriental, Estrela da Terra, La Pasta Gialla, Karbonel Frutos do Mar, Churrascaria Alto da Glória, Alma Lusa, Ponte Vecchio, Churrascaria do Erwin, entre outros. A reportagem telefonou para a maioria desses restaurantes e gerentes, proprietários e garçons informaram que o presidente da companhia continua freqüentando esses locais luxuosos, mas não souberam dizer se ele paga com recursos próprios ou da Cohapar. No órgão, há cartão corporativo e conta representação, dois tipos de créditos disponibilizados aos secretários pelo governador Roberto Requião (PMDB).

Os gastos revelam a preferência de Greca pelas cozinhas oriental e francesa. Entre restaurantes especializados em comida japonesa, tailandesa e chinesa, foram despendidos mais de R$ 3,2 mil. Em quatro jantares no restaurante Ille de France teriam sido despendidos mais de R$ 1.037 mil. As carnes nobres eram as mais apreciadas pelo presidente da Cohapar. Somente as churrascarias de Curitiba já tiveram lucro superior a R$ 2,4 mil com a estatal.

Na relação de solicitações de pagamentos entregues a reportagem, dois chamam a atenção. No dia 2 de maio do ano passado, um jantar no Restaurante Estrela da Terra – comida típica paranaense – saiu por R$ 2.570,00. Pouco mais de quatro meses mais tarde (último dia 17 de setembro), nova despesa no mesmo restaurante no valor de R$ 1.320,00.

Documentos apontam que as despesas seriam realizadas pelo presidente, porém os pedidos de ressarcimento invariavelmente levariam as assinaturas do diretor administrativo e financeiro da Cohapar, João Carlos Gonçalves Baracho. A Cohapar se defendeu informando que “na maioria dos casos, havia necessidade da diretoria realizar encontros com superintendentes de instituições bancárias e de empresas parceiras”.), apontam que “há informações suficientes para abertura de denúncia-crime” por gastos com jantares de luxo pagos com dinheiro da autarquia. A denúncia foi publicada pelo Jornal do Estado em 2007. A  do presidente da companhia na Justiça Estadual, Promotoria de Defesa do Patrimônio Público deve pedir nos próximos dias  a abertura de açãocom base no relatório da auditoria, que constatou “indícios de improbidade administrativa”.