Divulgação – Reprodução do dinossauro paranaense

Depois de anunciar a descoberta de um novo fóssil de dinossauro, no mês passado, Cruzeiro do Oeste, no Noroeste do Paraná, inaugura seu Museu Paleotológico, amanhã e, assim, se firmar como ponto de importância do turismo científico no Brasil e na América do Sul. O Museu tem tudo para ser o epicentro de todo um planejamento para transformar Cruzeiro do Oeste na “terra dos dinossauros”.

“Para nós tem importância na parte de educação, do patrimônio histórico. Mas também tem o turismo científico, que já funciona desde outras descobertas. Tem um pessoal que vem de fora, da UEM e outras universidades estudar aqui. Tivemos alunos de União da Vitória, da Unespar”, conta Neurides Martins, paleontóloga responsável pelo Museu.

“E nós estamos numa localização muito boa para esse turismo, entre Maringá e Umuarama, então tem um movimento muito grande. A cidade está se preparando para receber essas pessoas. Temos hotéis, ótima comida, restaurantes. Isso é muito importante para as pessoas que moram aqui, que com o turismo gera renda, emprego, principalmente um turismo tão valorizado, que as pessoas tem curiosidade de ver, de visitar”.

O museu terá os achados no município, que desde a década de 1970 têm encontrado fósseis de espécies que viveram há milhões de ano. Em 2014 foram achados 47 fósseis de pterossauros (répteis voadores pré-históricos). Também há uma ideia de se espalhar réplicas de dinossauros pela cidade.

Mas, a principal atração deve ser mesmo a última descoberta, o dinossauro inédito no mundo batizado de Vespersaurus paranaensis. “O principal atrativo do Museu, sem dúvida, será a última descoberta, o dinossauro. Embora tenhamos uma colônia de pterossauros, que é muito mais rara de encontrar, mas o público ainda tem essa coisa com dinossauro, devido ao Jurassic Park”, comenta Neurides. No futuro o museu deve ter uma réplica em tamanho natural do dinossauro.

Município está no ‘Corredor das águas’
Cruzeiro do Oeste faz parte da região turística Corredores das Águas, que tem como seus maiores atrativos o lazer das águas doces, oportunizado pelos rios Paraná, Paranapanema e Ivaí, somados a gastronomia, turismo de eventos e negócios e a cultura.
Estes aspectos são favorecidos pelo clima tropical úmido, com verões quentes. A rota também se destaca por suas propriedades de lazer, pousadas rurais, parques aquáticos, fontes de água mineral termal. Assim como pelos caudalosos rios Paraná, Paranapanema e Ivaí — três presentes da natureza que possibilitam muitas opções de turismo náutico e de pesca. Eventos e negócios são uma constante na região, que tem Maringá como pólo irradiador.

História

O genuíno dinossauro paranaense
A descoberta de um fóssil de um inédito dinossauro em Cruzeiro do Oeste, no Noroeste paranaense, tem tudo para incrementar ainda mais o turismo científico na cidade. A descoberta foi anunciada no final de junho deste ano. A espécie que habitou a região entre 60 e 90 milhões de anos, no período cretáceo, tinha em torno de um metro e meio, era bípede, carnívoro e foi batizado de Vespersaurus paranaensis.
A descoberta, contudo, não foi a primeira. Cruzeiro do Oeste já era famosa por contar com um sítio arqueológico importante desde os anos 70 do século passado. Em 2014, 47 fósseis de pterossauros (répteis voadores pré-históricos) foram encontrados.
“Acreditamos claramente que o turismo cientifico vai mudar a rotina do município, consequentemente ganha-se novas oportunidades em diversas frentes, com o valor do conhecimento associado a pesquisa, cultura e curiosidade”, diz Wanda Pille, presidente da Rede de Turismo Regional (Retur), em matéria postada no começo do mês no Portal da Retur.
“Já existe uma demanda de pesquisadores visitando o município. A nova descoberta vai reforçar este movimento e ampliar as possibilidades do município, que se destacará muito no turismo paranaense”, explica Wanda.
Em fevereiro deste ano, a prefeita de Cruzeiro do Oeste, Helena Bertoco, durante encontro com o diretor-geral da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano, Francisco dos Santos, já tratava de investimentos para esta área.


O trabalho de campo e as peças que estarão expostas no Museu a partir de amanhã