Restaurantes por quilo: estimativa quase de 4 mil demissões

A pandemia da Covid-19 colocou o mundo em compasso de espera e obrigou a população a rever vários hábitos. Um deles foi o hábito de comer fora de casa e próximo aos locais do trabalho. As medidas restritivas para evitar a aglomeração e propagação do coronavírus afetaram diretamente o setor de restaurantes self-service, conhecidos por venda de comida “por quilo”. Com o aumento do home-office, as pessoas passaram a comer em casa.

Por causa disso, estima-se que 440 dos 1.100 estabelecimentos (de rua e de shopping) tenham fechado em Curitiba desde o início da pandemia, em março do ano passado. No Paraná, onde eram 7 mil estabelecimentos do tipo, 2.800 fecharam.

Os números são da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), regional Paraná, que estima que 40% dos restaurantes especializados em comida a quilo fecharam no país devido à crise econômica causada pela pandemia de Covid-19. O Brasil tinha cerca de 200 mil estabelecimentos desse tipo, e a estimativa atual é de que esse número tenha caído para 120 mil.

O diretor executivo da Abrasel Paraná, Luciano Bartolomeu, estima que quase 4 mil trabalhadores tenham perdido emprego com a crise no setor. “Em média, cada restaurante que serve 150 refeições por dia precisa de 9 pessoas”, afirma. Com base neste critério, seriam 3.960 pessoas desempregadas.

“(As pessoas demitidas) muitas vezes são pessoas sem formação formal, ou seja, o que aprenderam foi no trabalho. Isso poderá dificultar a recolocação dessa pessoa no mercado de trabalho”, falou Bartolomeu. No Paraná, o número de desempregados no setor pode chegar a 25 mil.

Nas regiões com grande concentração de escritórios, as medidas de restrição e o grande número de pessoas em trabalho remoto reduziram o movimento nos estabelecimentos de refeição rápida.

Quem sobreviveu vê movimento minguar

Segundo a Abrasel, os restaurantes por quilo ou self-service, que tinham grande procura antes da crise, atualmente têm menos de 10% do movimento pré-pandemia. O setor de serviços tem sofrido os impactos das incertezas relacionadas ao avanço da pandemia e à necessidade da quarentena, para manter tanto as portas abertas quanto os empregos.

De acordo com a Abrasel, as dificuldades devem permanecer mesmo depois da pandemia. “Dependendo da situação, do capital de giro que tinha, da sua capacidade, isso aí vai de três a cinco anos”, disse o presidente do Conselho de Administração Abrasel Brasil, Joaquim Saraiva.

A Abrasel informou que cerca de 335 mil bares e restaurantes encerraram as atividades definitivamente no país, considerando todos os segmentos, com uma extinção de 1,3 milhão de postos de trabalho.