Praticamente todas as escolas particulares já definiram e divulgaram para os pais os valores dos reajustes que serão aplicados nas mensalidades escolares no próximo ano. Em mais uma vez os pais terão de refazer as contas para conseguir manter os filhos matriculados nas escolas particulares de Curitiba. Um levantamento feito por uma consultoria apontou reajustes oscilando entre 5% e 8% no valor cobrado pelas escolas particulares do Brasil.
No entanto, em pesquisas informais com alguns pais que já receberam o comunicado de escolas de Curitiba, os reajustes são ainda maiores e há casos em que chegam a 10%. Ou seja, os aumentos devem ficar bem acima do valor da inflação para o período que está estimada em 3,8%, segundo o último boletim Focus, divulgado ontem pelo Banco Central do Brasil.
Por isso, essa é a hora de negociar a matrícula escolar dos filhos. O período de fim de ano proporciona mais um gasto extra e, portanto, exige planejamento. Perante um cenário econômico pouco favorável, muitos pais estão repensando a continuidade dos filhos nas escolas particulares e os valores pagos.
“Por isso, antes de fazer a matrícula escolar, é preciso analisar a real possibilidade de arcar com o custo da escola, caso contrário se deve buscar uma com custo/benefício mais adequado a sua realidade, ou mesmo uma escola pública”, diz Reinaldo Domingos, doutor em Educação Financeira, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin – www.abefin.org.br) e da DSOP Educação Financeira (www.dsop.com.br).
Ele ressalta que também é importante conversar com a criança ou jovem e saber se está tudo bem na escola, se ela realmente quer continuar naquela instituição. Afinal é muito importante ter o aval da criança quanto à permanência. É lógico que a decisão é dos pais, mas não custa nada estar em sintonia com o filho.
Após definida a situação, é hora de fazer a matricula. É muito comum as escolas promoverem facilidades para quem negociar com antecedência, que pode ser um bom desconto ou, até mesmo, o parcelamento do valor. A família precisa ter consciência de qual situação se encontra: equilibrada financeiramente, poupadora ou endividada. Com base nessas premissas, é importante ir até a escola para tentar negociar a mensalidade.

Orientações para renegociar a escola

1 Família poupadora
Se a família for poupadora, tudo fica mais simples. Para buscar um bom desconto, agender uma reunião na escola e crie um clima amistoso. Elogie o ambiente e os professores.

2 Reserve tempo para negociar
Quando for à reunião da escola, é importante ter tempo para poder conversar. Lembre-se que sempre existe uma condição melhor a ser negociada na hora de pagar a matricula.

3 Família equilibrada
Para as famílias que estão equilibradas, a situação é delicada, visto que não existe reserva de dinheiro no orçamento financeiro. Em casos assim, é importante ter cautela, buscar ajuda na própria escola e expor a situação econômica da família. A escola quer manter o número de matrículas, por isso, deve buscar uma alternativa para parcelar a matrícula.

4 Família endividada
Se a situação é de endividamento – não conseguindo mais pagar em dia os compromissos assumidos mensalmente –, pode ser a hora de rever a permanência do aluno na rede particular.

5 Tente uma bolsa
Em situações mais delicadas, vale apresentar o problema para a direção da escola e até mesmo pedir uma bolsa, mesmo que não integral. O estudo é um dos mais importantes investimentos que um pai pode fazer para um filho. Por isso, às vezes, é necessário dar um passo para trás, buscar uma boa escola pública. Conversar com a criança é melhor forma de solucionar esse impasse.

6 Investimentos em educação
Outra recomendação é para ficar atento a todos os investimentos que norteiam os estudos de um filho. Além da matricula, é preciso conhecer o valor exato da mensalidade, os eventos que ocorrerão durante o ano –, como passeios e atividades promovidas pela escola –, material escolar, uniforme, lanches diários na cantina, transporte escolar, etc. É necessário conhecer todos os investimentos que fazem parte do período escolar.

7 Pacote anual
Uma boa orientação para quem tem dinheiro guardado e aplicado é propor para a escola um pacote anual, contemplando desde a matricula até as mensalidades. Algumas escolas dão até 20% de desconto, em caso de antecipação. Nenhuma instituição financeira paga de juros mais que 10% ao ano. É importante ter em mente que a escola tem limites financeiros, mas também tem interesse em receber o quanto antes os valores.

8 Escola com ensino de qualidade
A escolha por uma escola que preza pela qualidade do ensino, nos âmbitos pedagógico, estrutural e tecnológico, é fundamental. Quanto maior o investimento que fizer em seu filho, desde o Ensino Básico, melhor, e para isso, é fundamental ter planejamento.

 Fonte: Reinaldo Domingos é Doutor em Educação Financeira, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin – www.abefin.org.br) e da DSOP Educação Financeira (www.dsop.com.br). Está a frente do canal Dinheiro à Vista. Autor de diversos livros sobre o tema, como o best-seller Terapia Financeira.