BERNARDO MELLO FRANCO
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ex-deputado Gabriel Chalita nega ter recebido propina da empreiteira Queiroz Galvão para sua campanha à Prefeitura de São Paulo em 2012. Ele diz que não conhece Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro que, em acordo de delação premiada com a Lava Jato, disse ter havido o repasse ao então candidato.
Em depoimento divulgado nesta quarta (15), Machado afirma que o presidente interino Michel Temer pediu R$ 1,5 milhão para a campanha de Chalita, então no PMDB. O dinheiro teria sido repassado pela Queiroz Galvão, que é investigada na operação.
“Eu nem conheço esse cara [Sergio Machado]”, disse Chalita. “Jamais pedi nada a ele. Já recebi doações de empreiteiras, mas nunca tive nenhum acesso à Queiroz Galvão”.
Chalita confirmou que Temer ajudou a arrecadar recursos para a campanha, como presidente do PMDB, mas disse que ele nunca apontou Machado como intermediário das doações.
“O Temer me dizia que não tinha contato com ele.”
O ex-deputado se eximiu de responsabilidade por eventuais doações intermediadas por Machado.
“A delação não fala de mim diretamente. Não vou colocar no colo uma coisa que não é minha.”
Em nota, Chalita acusou Machado de fazer “uso indevido” de seu nome na delação premiada.
“Não conheço Sérgio Machado. Portanto, nunca lhe pedi recursos ou qualquer outro tipo de auxílio à minha campanha. Esclareço, ainda, que todos os recursos recebidos na minha campanha foram legais, fiscalizados e aprovados pelo Tribunal Regional Eleitoral”, afirmou.
Chalita se filiou ao PDT e deve ser candidato a vice-prefeito de São Paulo na chapa do atual prefeito Fernando Haddad (PT). Ele diz que não fala com Temer desde que deixou o PMDB, em março, depois do rompimento do partido com o governo Dilma Rousseff.