WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) – O governo de Donald Trump detalhou nesta terça (21) o plano de reforma nos padrões de emissões para usinas de energia nos Estados Unidos, medida que poderia manter as indústrias acionadas a carvão ativas por mais tempo e representar um obstáculo para a redução das emissões de carbono no país.

Análises técnicas que acompanham a proposta, no entanto, indicam que o aumento das emissões de carbono poderia levar a até 1.400 mortes prematuras a mais por ano até 2030, segundo o New York Times.

A regra de “Energia Limpa Acessível” (ACE, na sigla em inglês) dá liberdade para os estados decidirem como -e se querem- reduzir as emissões de dióxido de carbono das usinas acionadas a carvão. Trata-se de um esforço do presidente contra o que considera uma guerra contra o combustível fóssil patrocinada pelas agências regulatórias.

A proposta substitui o Plano da Energia Limpa do governo Obama, que estabeleceu limites para a emissão de dióxido de carbono por cada estado e estimulou empresas a usar gás natural e energias renováveis para diminuir o ritmo do aquecimento global.

As regras de Obama, divulgadas em meio à adesão dos Estados Unidos ao Acordo de Paris, em 2015, foram a primeira restrição federal à poluição por carbono gerada por usinas de energia. Mas, em 2016, a Suprema Corte bloqueou a entrada em vigor da regulamentação, após uma coalizão de estados produtores de carvão contestarem a medida.

“Estamos acabando com as regulações intrusivas da EPA (agência de proteção ambiental) que acabam com empregos… e aumentam o preço da energia de forma rápida e substancial”, afirmou o presidente, em comunicado.

Andrew Wheeler, administrador da EPA, diz que a nova regra “dá poder aos estados para reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa e promove energia moderna, confiável e acessível para todos os americanos”.

O governo Trump diz que o novo plano alcançaria os benefícios buscados pelo plano de Obama, mas oferecendo mais flexibilidade aos estados.

A ACE, agora em fase de consulta pública, vem à tona pouco tempo depois de Trump anunciar, no início de agosto, um plano para flexibilizar as regras que obrigam as fabricantes a produzir carros cada vez mais eficientes no consumo de combustível.

A mudança, que está em discussão, elevaria o consumo de combustível nos Estados Unidos em 500 mil barris diários, segundo analistas.

Em junho de 2017, o presidente anunciou que os EUA deixariam o Acordo de Paris, assinado em dezembro de 2015 por 195 partes.