Nove dos 12 hospitais da RMC estão com lotação acima de 90% nas UTIs para pacientes com Covid

Nove dos doze hospitais com UTIs exclusivas para casos suspeitos ou confirmados de Covid-19 estão com taxa de ocupação acima de 90% na Região Metropolitana de Curitiba, sendo que dois deles já não possuem mais nenhuma vaga para atender novos pacientes. É isso o que mostram os dados da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) divulgados na noite desta terça-feira (7 de julho).

Em Curitiba, o Hospital Evangélico e o Hospital Erasto Gaertner já não tinham mais capacidade para receber novos pacientes antes que algum dos internados receba alta. Além disso, o Hospital do Rocio, que fica em Campo Largo que conta com 103 UTIs, está com 102 vagas ocupadas, enquanto outros seis estabelecimentos (Santa Casa, Hospital de Clínicas, Hospital do Idoso, Hospital do Trabalhador, Hospital de Reabilitação e Hospital Municipal de São José dos Pinhais) apresentam taxa de ocupação igual ou superior a 90%.

Ao todo, os 12 hospitais que atendem a rede pública de saúde e possuem leitos exclusivos para casos confirmados ou suspeitos de Covid-19 apresentam uma taxa de ocupação de 93,35%, com 337 pacientes internados e 361 vagas.

Nas enfermarias, quatro hospitais estão com 100% de ocupação: Santa Casa, Hospital de Clínicas, Hospital São Vicente e Hospital do Idoso. No Hospital da Cruz Vermelha, a taxa é de 93,33%.

Ao todo, a RMC conta com 536 vagas em enfermaria para pacientes com Covid-19 ou com suspeita de contaminação. Dessas, 361 estão ocupadas, o que dá uma taxa de ocupação de 67,35%.

‘Não adianta abrir mais leitos se não há profissionais’

Recentemente, o Paraná tem investido fortemente na abertura de novos leitos UTI e enfermaria para dar conta da pressão crescente sobre o sistema de saúde. Prova disso é que até a metade de junho os municípios da RMC contavam com 240 UTIs exclusivas para casos suspeitos ou confirmados de Covid-19. Até ontem, esse número já havia subido para 361 leitos, crescimento de 50,42%.

Acontece, no entanto, que a capacidade de abertura de novas vagas em hospitais está chegando no seu limite. E quem afirma isso é o próprio governo do Paraná, cujo secretário de Saúde, Beto Preto, comentou recentemente sobre a dificuldade em se conseguir mais profissionais capacitados para atender a população.

“Mesmo que a gente abra mais leitos de UTIs, você tem dificuldade de ter mais profissionais. Então nós precisamos fazer com que essa curva [de contágio] perca sua velocidade para que toda essa estrutura que nós já temos possa suportar esses atendimentos, já que nós temos, inclusive, escassez de mão de obra”, declarou Ratinho Junior em entrevista no último dia 30.

“Nós estamos chegando no limite. Os profissionais que atuam em unidade de terapia intensiva estão acostumados a trabalhar na tênue linha entre a vida e a morte. Nós temos casos que vão par UTI que precisam da mão do intensivista. Existem outras especialidades que ajudam também, mas os especialistas são os intensivistas, e esses intensivistas também é finito, não existe à disposição no mercado”, emendou Beto Preto  na ocasião.