Rodrigo Fonseca/CMC – Câmara: apesar de urgência

Apesar de tramitar em regime de urgência, a votação do pedido do prefeito Rafael Greca (União) de aprovação de um novo repasse de R$ 174 milhões para as empresas de ônibus da Capital emperrou na Câmara Municipal. Na última sexta-feira, a Comissão de Economia da Casa acabou decidindo designar um novo relator para proposta, depois que o parecer favorável do vereador Osias Moraes (Republicano) recebeu quatro votos favoráveis, enquanto voto em separado da vereadora Indiara Barbosa (Novo) cobrando mais informações da prefeitura recebeu três votos.
Pelo regimento interno da Câmara, o parecer só poderia ser aprovado se tivesse maioria absoluta, ou cinco votos. Com isso, o vereador Marcio Barros (PSD) foi encarregado de apresentar novo parecer para ser votado e indicar se a matéria deve ir à plenário.
A Urbs alega que o repasse é necessário para compensar a diferença entre a tarifa técnica paga às empresas, de R$ 6,37 e a tarifa cobrada do usuário, de R$ 5,50. “Essa diferença, ela é diária. (Para) cada pessoa que passa pela catraca, a Urbs, nós temos uma necessidade de aportar uma diferença sobre aquele passageiro transportado”, afirmou o diretor da área de Operação do Transporte Coletivo na Urbs, Sérgio Luis Oliveira.
Despesas – Segundo o órgão, R$ 132,4 milhões irão equalizar a diferença entre as tarifas social e técnica em 2022, e que R$ 41,6 milhões serão destinados a outras despesas do sistema.
Na avaliação do relator, a Urbs já havia prestado as informações pertinentes, solicitadas pela comissão, sobre as estimativas de passageiros do sistema em 2022 e os reajustes dos combustíveis, por exemplo. “Os quadros detalhados podem ser consultados nos anexos da proposição”, afirma o parecer. Já o voto em separado de Indiara Barbosa, ela pedia mais informações sobre decretos para a manutenção do transporte coletivo e o subsídio do governo do Estado ao sistema. Ela também destacou que as despesas com o transporte coletivo representam quase 10% do orçamento de Curitiba. “A gente está com dificuldade de entender o total do orçamento (para o Fundo de Urbanização de Curitiba) e a necessidade desse recurso”, afirmou. Para a vereadora, os R$ 480 milhões que já constam do Orçamento para 2022 deveriam fazer frente às demandas do sistema até agosto, pelo menos.
“Como vamos saber se esse aporte não será superior ao necessário?”, questionou a vereadora, para quem haveria uma “pressão” pelos recursos. “A gente projeta pra frente olhando o passado. A gente tem uma dificuldade”, avaliou o assessor técnico da Urbs, Carlos Eduardo Manika. Ele também citou o impacto, por exemplo, dos reajustes dos combustíveis.