Franklin de Freitas –

A população de animais de estimação não para de crescer. E nos próximos anos, a expectativa é que esse contingente atinja números ainda mais expressivos e vistosos. No Brasil, a estimativa da Comissão de Animais de Companhia (COMAC) do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal é que até 2030 já se tenha mais de 101 milhões de cães e gatos. No Paraná, considerando e extrapolando o ritmo de crescimento anual dessa população a nível nacional, até 2024 já pode ter sido superada a marca dos seis milhões de espécimes caninos e felinos nos domicílios de todo o estado.

Neste ano, ainda conforme os dados da COMAC, o Brasil contava com uma população de 54 milhões de cães e 30 milhões de gatos, totalizando 84 milhões de animais de estimação. O Paraná, por sua vez, responde por 6,82% dessa população animal (5,73 milhões de espécimes), com 3,68 milhões de cachorros e 2,01 milhões de felinos.

Considerando-se ainda a variação verificada em anos recentes na população animal pelo IBGE e uma série de hipóteses, temos que num cenário mediano (com relativa instabilidade política após 2022, recuperação mais lenta da economia pós-pandemia e preços de commodities baixos) a população de cães e gatos no Brasil superará a marca de 100 milhões em 2030, ano em que o contingente animal será de 101,2 milhões; e que no Paraná em 2024 se superará a marca de 6 milhões de cachorros e gatos.

”O Brasil é o segundo maior mercado de pets no mundo. Com essa expectativa de crescimento na população de animais de companhia, diversos setores devem ser impactados, principalmente no que diz respeito à higiene e saúde dos pets”, explica o Dr. Leonardo Brandão, médico-veterinário e coordenador da COMAC.

O estudo feito pela FGV para a comissão, inclusive, confirma a afirmação do médico, sustentando que o cenário de crescimento da população pet terá um impacto direto no consumo de medicamentos. Além disso, mesmo com os efeitos da crise imposta pelo novo coronavírus, que abalou mercados de todos os segmentos, a quarentena propiciou o estreitamento da relação da família com seu animal.

“O consumidor está mais atento ao quadro de saúde do pet devido ao contexto de pandemia. É normal que as preocupações em relação à saúde aumentem, o que faz com que a procura por remédios também aumente. Então tudo indica que o setor farmacêutico deve ganhar maior destaque nos próximos anos”, completa.

População animal cresce mais que a humana
Considerando-se os dados do Censo Pet, estudo realizado e divulgado anualmente pelo Instituto Pet Brasil, em anos recentes a população de animais de estimação no Paraná cresceu mais aceleradamente do que a própria população humana.

Em 2013, segundo o IBGE, a população brasileira somava pouco mais de 200 milhões de pessoas. Em 2018, já eram quase 208,5 milhões de habitantes – crescimento de 4,25%. Nesse mesmo período, a população de animais de estimação no Brasil teve um crescimento de 5,21%: em 2013 eram 132,4 milhões de animais, enquanto em 2018 o país alcançou a marca de 139,3 milhões.

A população de animais de estimação, ressalte-se, é bem maior que a população de cães e gatos justamente por considerar outras espécies, como peixes, répteis, aves e pequenos mamíferos.

Gatos são os ‘pets de entrada’
Cerca de 53% dos domicílios brasileiros contam com cães ou gatos. Dentro desse percentual, 44% são habitados por cães e 21% por gatos. Há uma média de 1,72 cães e 2,01 gatos por lares brasileiros. Os gatos, em geral, são os pets de entrada (o primeiro contato de pessoas com os animais de companhia) e contam com um crescimento 3 vezes maior do que os cães dentro do Brasil, de acordo com Leonardo Brandão, coordenador da Comissão de Animais de Companhia do Sindan.

“Temos mais cães [54 milhões], mas os gatos [30 milhões] têm ganhado um grande espaço nos lares brasileiros. É um animal de entrada para muitas pessoas e famílias. No Nordeste, por exemplo, há já uma predominância dos gatos. Um dos possíveis motivos para isso, além do perfil do animal, é um custo mais baixo mensal. O gato vai ser o pet do futuro”, observa.