Com uma população cada vez mais sedentária e uma alimentação desequilibrada (o que resulta numa alta dos índices de sobrepeso), a população de Curitiba tem enfrentado nos últimos anos uma verdadeira explosão nos diagnósticos de diabetes. Segundo informações do Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), desde 2006, quando o Ministério da Saúde realizou a primeira edição da pesquisa, o número de diabéticos em Curitiba cresceu 56,8%.
Há 12 anos, 4,9% dos curitibanos haviam indicado ter sido diagnosticados com a doença, sendo as mulheres as mais afetadas, proporcionalmente (5% contra 4,8%). Já em 2017, último ano com dados disponíveis (a pesquisa foi divulgada neste ano), o percentual havia saltado para 7,2%, com um maior percentual de homens diabéticos (7,4%) do que de mulheres (7%). 
Considerando as estimativas populacionais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), temos então que o número de diabéticos na Capital saltou de 87.639 em 2006 para 137.402 em 2017. Ou seja, enquanto a população curitibana cresceu 6,7% no período (passando de 1,78 milhão para 1,91 milhão), o número de diabéticos dentro do contingente populacional saltou 56,8%.
O cenário real, contudo, pode ser bem mais alarmante. É que estimativas apontam que uma em cada duas pessoas com diabetes não sabe que está doente. Para piorar, a outra metade que o sabe não faz o tratamento adequado, principalmente por conta de ter que medir a glicemia na ponta do dedo. Isso tudo ocorre por conta de o diabetes ser uma doença silenciosa, invisível, que não causa sintomas no início, e por conta da falta de cuidado e consciência sobre a própria condição por parte dos pacientes.
Por conta disso, é importante conhecer sinais e sintomas, como sede intensa, urina em excesso e coceira no corpo. Um exame de sangue é o primeiro passo para a prevenção. Com uma gota de sangue e menos de um minuto de espera, já é possível saber se há alguma alteração na taxa de glicemia. Caso a alteração seja detectada, será necessária a realização de outros exames, mais aprofundados, antes de começar o tratamento.
Retina do Bem
Mais de quatro mil pessoas passaram pela Unidade de Saúde Ouvidor Pardinho no sábado, para participar dos eventos Retina do Bem, com exames oftalmológicos, e Mutirão da Diabetes. O objetivo é prevenir a doença e a retinopatia diabética, mais conhecida como “cegueira do diabetes”. Paralelamente, aconteceu no Parque Barigui a 7ª Caminhada do Diabetes. De acordo com a Secretaria de Saúde, dos cerca de quatro mil avaliados neste sábado pelo menos três mil apresentavam sintomas de diabetes.


Data
O Dia Mundial do Diabetes foi criado em 1991 pela Federação Internacional do Diabetes (IDF, na sigla em inglês) em conjunto com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em resposta às preocupações sobre os crescentes números de diagnósticos no mundo. Em 2007 a Organização das Nações Unidas (ONU) oficializou a data, com a aprovação da Resolução 61/225. O dia 14 de novembro foi escolhido por marcar o aniversário de Frederick Banting que, junto com Charles Best, concebeu a ideia que levou à descoberta da insulina em 1921.


13 milhões
Em todo o mundo, mais de 425 milhões de pessoas têm diabetes – no Brasil, esse número é de 13 milhões. Os dados são da International Diabetes Federation (IDF), responsável pela campanha mundial que, para este ano, chama atenção ao papel do núcleo familiar para prevenção e controle da doença. Por meio do Novembro Diabetes Azul, a iniciativa mobiliza pessoas envolvidas no cuidado ao paciente que, em todo o mundo, atuam para difundir informação de qualidade e promover educação acerca da patologia. No país, a ação é promovida pela Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD).