O número de doadores de órgão cresceu no Paraná. De janeiro a agosto deste ano, foram feitas 151 captações de órgãos, 32% mais que o registrado em 2012 e mais que o dobro do que foi realizado no mesmo período de 2010, quando ocorreram apenas 70 captações. Dessa forma, a fila de espera por um transplante foi reduzida de 4 mil para pouco menos de 2 mil pessoas, no Estado. 

O comerciante William Fleming, 40 anos, afirma que se tornou doador, porque sua irmã precisou de transplante de fígado há um ano e meio e foi beneficiada por uma família, que autorizou a doação dos órgãos de seu parente falecido. Sou eternamente grato a essas pessoas, pois o gesto delas salvou a vida da minha irmã. Isso fez com que toda nossa família e amigos se sensibilizassem com a causa e nos declaramos doadores, afirmou Willian. 

O publicitário Arão Tomas Andrade, 36 anos, se declarou doador em sua página do facebook. É uma forma de divulgar a causa aos meus amigos e ajudar cada vez mais pessoas, ressaltou. 

Porém, o mais importante é avisar sua família sobre a decisão. A legislação brasileira estabelece que só parentes podem fazer valer o desejo de doar órgãos e não é necessário deixar documento por escrito. 

AVANÇOS – Segundo a diretora da Central Estadual de Transplantes, Arlene Badoch, os resultados mostram o sucesso da rede integrada de procura de órgãos e tecidos criada no Estado. 

Temos equipes especializadas na procura e identificação de potenciais doadores e também na captação de órgãos e tecidos em todas as regiões do Estado. Isso dá mais agilidade ao processo de captação e transplante, destaca a diretora. 

O primeiro passo da doação é a notificação da existência de paciente com risco de morte encefálica. Esse trabalho é feito por profissionais que compõe as comissões intra-hospitalares para doação de órgãos e tecidos dos próprios hospitais. Equipes macrorregionais acompanham o caso e, confirmada a morte encefálica, orientam a abordagem da família do paciente, que pode autorizar ou não a doação. 

Com a autorização dos parentes do paciente, a Central Estadual de Transplantes inicia o processo de captação. Mobilizamos equipe médica, transporte e a logística necessária para os procedimentos. Além disso, já contatamos o serviço de saúde transplantador para que prepare o paciente que receberá o órgão ou tecido, detalha Arlene. 

Atualmente, o Sistema Único de Saúde faz captação e transplante de coração, pulmão, rim, pâncreas, fígado, intestino, córnea, pele, ossos e válvulas cardíacas. No Paraná, são realizados todas essas modalidades de transplante, exceto pulmão e intestino que têm referências em outros estados. 

A Semana Nacinonal e Doação de Órgãos se encerrou nesta sexta-feira (27), Dia Nacional de Doação de Órgãos. Durante a semana, foram feitas ações educativas de incentivo a doações.