Ainda sem conseguir um título no comando do Internacional em seus 22 meses de trabalho, Odair Hellmann demorou mais de 40 minutos para chegar à coletiva após a final da Copa do Brasil, nesta quarta-feira à noite, no Beira-Rio. Só falou após os dirigentes. No meio de tantas explicações longas, ele reconheceu que o adversário teve um grande mérito neste jogo em Porto Alegre.

“O Athletico foi muito bem na marcação e conseguiu desajustar o nosso time, principalmente no segundo tempo. Mesmo porque eu acho que no primeiro tempo nós sentimos o primeiro gol deles, mas empatamos e poderíamos ter virado”, analisou.

Para o técnico, o Inter foi o dono do primeiro tempo porque teve maior volume, mais posse e criou mais chances de gols. “Nós estávamos dominando totalmente o jogo no primeiro tempo, tanto que o Athletico não passou da linha de meio. Nós criamos chances e perdemos e eles marcaram um gol num contra-ataque. A gente tomou aquela pancada, mesmo assim, nós não perdemos a consistência e a força. Empatamos e poderíamos ter virado o placar ainda no primeiro tempo”, declarou.

Ele lamentou também o lance do gol paranaense, quando seus jogadores perderam o foco porque havia um adversário caído no campo defensivo. “Nossos jogadores pensaram que o jogo iria parar. Mas o lance seguiu, o Roni puxou o contra-ataque e saiu o gol deles numa jogada muito rápida.”

Quando comentou sobre as suas substituições, Odair revelou que tirou o lateral Bruno porque ele já tinha recebido o cartão amarelo e, segundo o jogador, estaria sendo ameaçado pelo árbitro Wilton Pereira Sampaio. “Ele estava ameaçando o Bruno de que iria expulsá-lo. Quando eu percebi a pressão, e, o Bruno tendo que ficar em cima do Roni, achei melhor entrar com o Nonato e tentar algo diferente”, confirmou o técnico.

Ele também isentou seus jogadores de culpa. “Nós tentamos de todas as maneiras superar e reverter a vantagem deles. Usamos tudo que tínhamos treinado dentro das variações táticas e tentamos de tudo. Os jogadores também deram o máximo. Eles buscaram, se doaram e se entregaram totalmente. Infelizmente, desta vez, não deu certo. Méritos do adversário, que é um time muito compacto e forte na marcação”.

O técnico garante que não vai se entregar e tem forças e vontade para se levantar rapidamente. “Já carreguei muita coisa nesta vida, mas não vou me entregar. Estou arrasado, mas vou me levantar. O clube vive um momento melhor do que há dois anos atrás quando nossa diretoria pegou o clube sem dinheiro. Agora os salários estão em dia e ninguém pode reclamar de nada”, enfatizou.

No final, ele comentou sobre o seu futuro no clube. “Se nós tivéssemos perdido o título, não seríamos o melhor time do mundo. Nós perdemos, mas todos se doaram: jogadores, comissão técnica e jogadores. Penso que a gente merecia ser campeão, mas o título não veio. Penso que o caminho está correto: o caminho de vencer.”

“Mas, visualizando tudo isso, nós precisamos dentro do Campeonato Brasileiro, conseguir nossa vitórias, pensar na parte de cima da tabela e seguir na caminhada. Ajustes, erros cometidos, a gente vai corrigir sempre nas derrotas e nas vitórias. Dentro deste um ano e dez meses que estou no comando, nós não ganhamos. Penso que a caminhada foi sólida, recuperando o clube em todos os sentidos e vai render frutos no futuro”, prometeu.