Divulgação – Pedro Bandeira é autor de mais de cem livros infantojuvenis.

A inspiração para os livros pode vir por mensagem em cartas ou e-mail 

Ele é um porta-voz da Esperança. Assim mesmo, com maiúscula, porque a esperança de Pedro Bandeira é grande e notável. Ele se empenha muito em unir as pessoas com as histórias que lê, conta e escreve, com os poemas, as descobertas e os saberes, com uma educação de qualidade, com a força da literatura e o poder dos livros (usando aqui as palavras dele mesmo!).

E o escritor tem sido muito bem-sucedido nesse projeto. É um dos autores brasileiros da atualidade que mais conseguiu obter identificação com o público jovem.

Pedro Bandeira nasceu em Santos (SP) e iniciou sua carreira de escritor com histórias infantis publicadas em revistas de banca. Isso foi em 1972, ele já morava na capital paulista e ainda trabalhava como redator, editor e ator de comerciais de televisão. Também atuou no teatro profissional como ator, diretor e cenógrafo.

Em 1983 passou a se dedicar exclusivamente à escrita e se especializou nas histórias que o aproximam dos jovens leitores. Pertinho de completar 80 anos de idade, apesar de não ter muita desenvoltura com a tecnologia, Bandeira demonstrou intimidade também com as redes sociais, o que o levou para mais perto ainda de seu público.

São cerca de quatro décadas de trabalho e mais de cento e quarenta livros publicados. Haja inspiração! Lampejos que renderam grande número de prêmios e que muitas vezes se baseiam nas mensagens que chegam de todo o Brasil, vindas por carta ou e-mail.

Seu primeiro livro foi O dinossauro que fazia au-au, publicado em 1983 pela Moderna. De lá para cá foram muitos títulos e 28 milhões de exemplares vendidos. Uma sucessão de obras que encantam.

Pedro Bandeira fala aqui sobre seu trabalho e sua estreita ligação com os leitores.

 

TD – Quando começou a escrever?

PB – Sempre vivi de escrever. Aos 19 anos consegui um emprego de “foca” em um jornal e daí para a frente sempre sustentei minha família como jornalista, editor, redator de publicidade, até passar para o livro.

TD – Você foi um leitor quando criança e jovem?

PB –Minha família não era ligada em cultura, leitura e arte. Eu não tinha esse exemplo em casa. Mas, como era um filho isolado e temporão, sempre brinquei sozinho e meu lazer era ler muitos gibis, Lobato desde os 8 anos, e aventuras, mistério e coisas assim na juventude. Fui formado pelo livro.

TD – Sua trajetória foi influenciada pela leitura? Em que medida?

PB – Como disse acima, totalmente.

TD – Quando percebeu que seu foco principal era a adolescência e a juventude?

PB – Como redator de uma grande editora, comecei a receber encomendas de historinhas infantis para revistas de banca. Depois de dezenas de historinhas assim, experimentei escrever um livro (O dinossauro que fazia au-au). Gostei, meus leitores me aprovaram e não parei mais.

TD – Você é bastante atuante nas redes sociais. Elas o ajudam a estar mais próximo de seus leitores?

PB – Entrei tardiamente nas redes sociais, porque não sou bom com a tecnologia mas, ajudado por meu filho Rodrigo, as coisas vão bastante bem e consigo falar com meus netinhos de todo o Brasil através dessa tecnologia.

TD – Você tem muitos prêmios literários ou relacionados à literatura, como recentemente, o Baobá, que é uma espécie de Oscar dos contadores de histórias. O que prêmios representam?

PB – O melhor prêmio que ganhei e continuo ganhando é quando recebo uma cartinha, um e-mail ou um whatsapp de algum leitor ou leitora que declara não gostar de ler mas que, a partir de conhecer um livro meu, tornou-se um (a) leitor(a) apaixonado(a). Isso sim é meu alvo, porque escrevo para conquistá-los, para agradar a eles, não necessariamente aos adultos que distribuem prêmios. Um prêmio às vezes vem para um livro que poucos leitores meus gostam. Por isso, meus prêmios são meus milhões de leitores conquistados ao longo de 40 anos e quase 30 milhões de exemplares vendidos.

TD – Você tem mais de 140 livros escritos, sobretudo para o público juvenil. Qualquer assunto pode ser um assunto para jovens?

PB – Qualquer assunto, pois os olhos de uma criança, de um jovem, de um adulto, de um velho veem tudo que ocorre, mas por diferentes ângulos. É o ângulo pelo qual alguém encara um acontecimento que faz uma história ser preferencialmente dirigida a crianças, a jovens ou a adultos.

TD – Como você define o assunto sobre o qual quer escrever?

PB –Imaginando como o leitor que quero atingir é influenciado pelo assunto.

TD – Como você avalia a literatura infantil e juvenil brasileira?

PB –Cada vez melhor. Desde os anos 70 do século passado grandes escritores, escritoras, ilustradores e ilustradoras vêm se especializando e cada vez criando melhores livros que estão fazendo as cabecinhas de nosso povinho infantil e juvenil.

TD – Temos ótimos autores e um reconhecimento bem razoável em outros países. O que isso revela sobre nossos escritores, principalmente sobre aqueles que se dedicam aos jovens?

PB – Sua pergunta já embute a resposta, não? Se somos reconhecidos no Brasil e alhures, é porque entendemos da coisa!

TD – O hábito de leitura entre os brasileiros ainda é baixo. O número de escolas públicas que têm bibliotecas, por exemplo, ainda não é adequado. Qual a importância desses espaços na formação de leitores?

PB – Estão crescendo exponencialmente. Quando comecei, nos anos 80, raras escolas tinham bibliotecas. Hoje é raro isso acontecer. Nossas crianças e jovens leem muito mais do que seus pais e tremendamente mais do que seus avós.

TD – Tão importante quanto ler é escrever. Nem sempre se incentivam a ambos. Qual sua opinião sobre isso?

PB – Nossas professoras são umas heroínas. Nesse quesito, esforçam-se para substituir a responsabilidade de pais que, por terem sido criados longe da leitura e da arte, não têm como incentivar seus próprios filhos. Nossas professoras operam milagres!

 

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*Fonte de pesquisa para temas e entrevistas: Instituto Fatum.