Divulgação – Campanha de Stella Mccartney alertando para o excesso de rejeitos gerados pela indústria da moda

Nesta semana, a França declarou guerra ao desperdício e está para aprovar uma lei que proíbe marcas de destruir artigos de luxo que não foram vendidos, de impor tarifas sobre bolsas e outros itens. A cada ano as grifes francesas incineram quase R$ 3 bilhões em produtos finos encalhados. Quando o texto for aprovado, esses estoques deverão ser doados, reciclado ou voltar para o mercado – o que pode afetar o preço. E olha que eles estão fazendo isso com o segundo setor mais importante da economia francesa, que movimenta o equivalente a R$ 700 bilhões ao ano.

A sustentabilidade vai alterar o rumo da indústria da moda nos próximos anos. Ela é uma das maiores poluidoras do planeta, produz muito mais do que se consome – isso que se compra muito ainda. Se faz cada vez mais urgente a mudança de hábitos, de processos e de escolhas. As marcas que ainda não se adaptaram aos protocolos sustentáveis e de responsabilidade social terão de fazê-lo rapidamente ou saem do jogo. E a nós cabe rever o nosso tipo de consumo. Comprar menos e melhor, planejar mais, privilegiar marcas conscientes, descobrir e prestigiar iniciativas locais e dar uma nova chance a roupas velhas. Este é, aliás ,um ramo do comércio que mais cresce nos últimos tempos. Segundo um relatório do ThredUp, site que vende roupas usadas, a cada ano são 9 milhões de pessoas a mais comprando peças de segunda mão em brechós, feiras e afins. E a projeção é de que até 2027 o mercado de fast fashion perca para este outro. Comprando uma peça usada, que normalmente é mais barata, você aumenta sua vida útil em pelo menos dois anos. Pense nisso!

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Ação no Museu do Louvre, realizada em 2015 em Paris, denuncia o consumo

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A Hermés, marca de luxo francesa, desenvolveu coleção usando refugos de suas outras peças