Cerca de 3.400 pessoas morrem diariamente nas estradas do mundo. Dezenas de milhões de pessoas são feridas ou adquirem uma deficiência todo ano. As crianças, pedestres, ciclistas e pessoas idosas estão entre os mais vulneráveis.
Esse verdadeiro flagelo, classificado como uma autêntica epidemia contemporânea, levou autoridades da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Organização Mundial da Saúde (OMS) a instituírem, em 2011, a Década de Ação pela Segurança no Trânsito. Trata-se de um pacto global que prevê a redução em 50% do número de vítimas no trânsito até o ano que vem.
Conhecido como campanha do Maio Amarelo, o movimento está presente em 30 países e busca a conscientização para a redução dos acidentes de trânsito, salvando vidas. O amarelo, como se sabe, simboliza a atenção e a sinalização de advertência no trânsito. 
E como nos anos anteriores, mais uma vez o Brasil está mobilizado em torno do movimento. Este ano o mote da campanha é “No trânsito, o sentido é a vida”, devidamente aprovado pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran).
Dados sobre o Brasil, de acordo com levantamento realizado pela Seguradora Líder, administradora do Seguro DPVAT, mostram que em nove estados o trânsito provocou, em 2018, mais mortes do que os crimes de homicídio, latrocínio e lesão corporal seguida de morte – os chamados crimes violentos. São Paulo e Minas Gerais lideram a lista, com 5.462 e 4.127 sinistros pagos por acidentes fatais no trânsito contra 3.464 e 3.234 óbitos por crimes violentos, respectivamente.
O Paraná está entre as unidades federativas na mesma situação, ocupando a terceira posição neste ranking de fatalidades. Em 2018 foram 2.712 mortes em acidentes contra 2.088 por crimes violentos. Estão na lista ainda Santa Catarina, Mato Grosso, Piauí, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Rondônia
Em todos os estados, as motocicletas estiveram entre os veículos com maior participação nos acidentes fatais. No Piauí, elas foram responsáveis por 73% dos pagamentos de indenização do seguro obrigatório para este tipo de cobertura. Os números reforçam a distância do Brasil em relação ao cumprimento da meta fixada junto à Organização das Nações Unidas (ONU), em 2011. 
Durante este mês, autoridades federais, estaduais e municipais de trânsito estão realizando campanhas educativas para mostrar que é possível reduzir o número de acidentes viários. Empresas e instituições privadas, como a Associação Comercial do Paraná (ACP) e o IbacBrasil-Cursos de Trânsito, que trabalha para a educação no trânsito por meio de cursos online de reciclagem de motoristas e direção defensiva, participam e apóiam o Maio Amarelo.
Uma campanha desenvolvida pelo Detran-PR alerta a sociedade para nunca fechar os olhos para as leis de trânsito, pois são elas que ajudam a controlar os acidentes e diminuir o alto número de vítimas. Atitudes erradas são mostradas como forma de alerta, muitas vezes vistas como ‘normais’ pela população, mas de grande perigo.
Como se reafirma todos os anos, o apoio da sociedade em geral, e dos motoristas e motociclistas em especial, é muito importante para o sucesso do Maio Amarelo. A meta do movimento, que é a drástica redução do número de acidentes de trânsito nas cidades e rodovias, precisa ser alcançada rapidamente. Não há mais tempo a perder, pois as estatísticas lembram que o Brasil ainda está longe de atingir (e portanto,cumprir) a meta global da ONU e da Organização Mundial de Saúde.
Afinal de contas, como muito bem salienta o lema do Maio Amarelo 2019, “No trânsito, o sentido é a vida”.

Francisco Maurício Bieniacheski é consultor de trânsito do IBACBRASIL-Cursos de Trânsito (www.cursosdetransito.com.br)