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Desvalorização do Real, crise hídrica, juros desenfreados, vai e vem da pandemia, cadeias de suprimento desajustadas e muito mais. As incertezas sobre o avanço da Covid-19 e o aumento de casos com a variante Ômicron estão dificultando a retomada econômica brasileira em V, que é quando o Produto Interno Bruto do país registra um fundo e, em seguida, volta aos níveis anteriores. E o mais afetado nessa história é o setor de serviços, que responde por cerca de 72% do PIB.

“Embora pareça alto, esse número fica aquém do registrado em países como EUA, Alemanha e Japão, onde a participação dos serviços passa de 80%”, aponta Robson Gonçalves, professor de Economia dos cursos de MBA do ISAE/FGV. “Na atual economia pandêmica, a relevância desse indicador se refere à fragilidade dos serviços frente ao Coronavírus”, explica.

Atividades como bares, restaurantes e hotéis estão entre as que mais sofreram com as restrições na fase pré-vacina. Viagens aéreas e atividades de entretenimento são outros bons exemplos. Contudo, mesmo com uma população quase inteira imunizada, o avanço da variante Ômicron continua causando calafrios sobre os segmentos.

“A ameaça agora se refere ao grande número de contaminados que precisam se afastar do trabalho por pelo menos dez dias”, diz. Empresas que necessitam de intensa mão-de-obra estão sob ameaça, visto que essas atividades sofrem mais com a escassez de colaboradores. “A situação é preocupante, e possivelmente alguns serviços vão sofrer mais”, acrescenta.

Para o especialista, um sinal do impacto esperado sobre a economia como um todo é a revisão das expectativas de crescimento do PIB para o ano de 2022. Segundo a última edição do Relatório Focus, do Banco Central, que expressa a média das projeções de mais de cem analistas, o crescimento neste ano deverá ficar bem próximo de zero. “Infelizmente, o grande contaminado pela variante Ômicron é o setor de serviços. E, com ele doente, toda a economia acaba sofrendo. Vamos torcer pelo seu rápido restabelecimento”, finaliza Robson Gonçalves.