Luiz Costa

A Prefeitura de Curitiba está executando e preparando uma série de obras de drenagem para que a cidade esteja pronta para minimizar o efeito das chuvas que poderão atingir Curitiba no futuro. "Nós pensamos sempre que a pior chuva ainda não veio, por isso, temos que estar prontos para quando ela chegar", diz o diretor do Departamento de Pontes e Drenagem da Secretaria de Obras Públicas, Augusto Meyer Neto.

Ele explica que obras de drenagem muitas vezes são complexas e têm custo elevado, o que faz com que as cidades precisem buscar outras fontes financeiras. Foi o que Curitiba fez. No primeiro ano desta gestão, em 2017, o prefeito Rafael Greca e os técnicos da Prefeitura convenceram a equipe do Ministério da Cidades a estender os prazos para que Curitiba pudesse aprovar os seus projetos e não perdesse os recursos que estavam reservados para a cidade.

Com base no Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB), do qual faz parte o Plano Diretor de Drenagem Municipal, Curitiba conquistou grande volume de recursos em três grandes programas de macrodrenagem inseridos no Programa de Aceleração do Crescimento do Ministério das Cidades, o PAC.

As obras de macrodrenagem são obras maiores, feitas nos rios e seus afluentes, dimensionadas para grandes vazões de escoamento. Elas ajudam a diminuir a erosão, o assoreamento, as inundações ao longo dos fundos de vale. São intervenções em galerias, canalizações, perfilamento de rios, lagoas de contenção e detenção.

Um conjunto de obras já está em andamento e outro está para começar. A meta é que todas intervenções tenham início até 2020. Ao todo, elas somam investimento de R$ 480 milhões, a maior parte será repassada pelo governo federal à Prefeitura de Curitiba. A contrapartida da prefeitura é de R$ 2,4 milhões.

A aprovação de cada projeto que garante o repasse de recursos da União e o preparo da documentação para dar início às licitações que possibilitarão a execução das obras passam pela Unidade Gestora Local (UGL). A unidade é responsável pela gestão dos convênios do PAC Drenagem e do PAC Gestão de Riscos, feito entre o Ministério das Cidades e o município de Curitiba. A UGL também é responsável pela interlocução com a Caixa e o ministério.  

Dinheiro para obras e projetos

O maior volume de recursos está destinado à Bacia do Belém, rio que está totalmente dentro do território curitibano. Há ainda recursos para obras nas bacias do Barigui, Ribeirão dos Padilhas e Atuba. E ainda para a elaboração de projetos na Bacia do Rio Iguaçu.

"Além dos recursos para as obras, é necessário ter dinheiro para os projetos, que também precisam ser contratados", diz o supervisor de implantação do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC), Sérgio Matheus Rizzardo.

"Curitiba conseguiu aprovar entre 2017 e 2018 todos os projetos de drenagem das metas pactuadas com o Ministério das Cidades, garantindo assim o repasse dos recursos da União", assegura a engenheira Mariangeles Marrero Schultz, coordenadora da UGL, que acompanhou todas as etapas da busca de dinheiro junto ao governo federal. 

"O planejamento das obras que a cidade precisa é condição para que o município pleiteie os recursos. Sem isso, não tem como Curitiba concorrer com outras cidades que também precisam de verbas do governo federal para as suas obras de drenagem", reforça Sérgio Matheus.

Ele acrescenta que o Plano Diretor fez um diagnóstico de cada uma das bacias da cidade e planejou as intervenções, entre outros fatores, com base nos tempos de recorrência, ou seja, as obras são calculadas para suportar as cheias num determinado período de tempo.

Microdrenagem

Além das obras de macrodrenagem, em caráter preventivo e corretivo, equipes da Secretaria de Obras e dos Distritos de Manutenção Urbana fazem obras de microdrenagem, ou seja, aquelas que direcionam a água da chuva ao grande sistema de drenagem que a cidade tem.

Só em 2018, foram executadas 1.852 intervenções pelo Departamento de Pontes e Drenagem. São serviços de micro e de macrodrenagem, como reparos e construção de passarelas, pontes, implementação de galerias, desassoreamento, limpeza de rios, desobstrução e substituição de tubulação.

Já os distritos, ligados à Secretaria de Governo Municipal, fizeram intervenções de microdrenagem numa extensão de 91 quilômetros em quase todas as regionais de Curitiba. Os serviços feitos foram desobstruções de tubulação com caminhão sugador e retroescavadeira, limpeza de valas e de serviços de drenagem, recuperação e desobstrução de galerias de águas pluviais. Também fizeram mais de 1.300 serviços de sondagem.

CONHEÇA ALGUMAS DAS OBRAS DE DRENAGEM PREVISTAS ATRAVÉS DO PAC – MINISTÉRIO DAS CIDADES:

BACIA DO BELÉM

Obras em andamento:

– Rio Pinheirinho

Serão licitadas em breve:

– Bacia de detenção no Rio Pilarzinho

– Galeria celular das ruas João Américo de Oliveira, Camões e do Herval

– Bacia de detenção nas ruas Mamoré e Solimões

– Perfilamento do Rio Pilarzinho

– Projetos de mitigação de cheias no Rio Água Verde 

BACIA DO BARIGUI

Obras em andamento:

– Perfilamento do Rio Barigui (trecho sul)

– Muros de contenção do Rio Barigui (trecho sul)

– Conduto forçado Olarias

Obras que estão para começar:

– Bacia de Detenção do Ribeirão do Müller

Serão licitadas em breve:

– Galeria celular no Rio Cascatinha com a Rua Cel. Carlos Vieira de Camargo e com a Rua Marchanjo Bianchini

BACIA DO RIBEIRÃO DOS PADILHAS

Serão licitadas:

– Obras de mitigação de cheias da Bacia do Ribeirão dos Padilhas 

BACIA DO RIO ATUBA

Serão licitadas:

– Obras de mitigação de cheias da Bacia do Rio Atuba