Henry Milleo – Alunos têm o primeiro contato com a gastronomia na escola: prática do aprendizado em casa

Os alunos matriculados no período integral do 7º ao 9º ano da Escola Atuação, em Curitiba, participam desde fevereiro deste ano de oficinas de gastronomia uma vez por semana. As aulas especiais acontecem nas tardes de terça e quarta-feira nas unidades do Boqueirão e do Santa Quitéria.

Além de ensinar uma nova habilidade de maneira saborosa e divertida, as oficinas têm o objetivo de formar cidadãos conscientes e abrir conhecimentos, assim como acontece nas aulas de marcenaria, elétrica e hidráulica.

A iniciativa é um estímulo ao estudante para desenvolver suas potencialidades, tornando-o capaz de ser independente e responsável. A ideia é oferecer ao indivíduo instrumentos para que, no futuro, possa enfrentar os desafios da vida com discernimento e um aprendizado por meio de práticas e vivências. “Isso deve auxiliá-los a pensar em uma carreira de forma mais precoce e até uma preparação para que possam se virar sozinhos com a própria alimentação à medida que começarem a andar com as próprias pernas no futuro, como estudar fora”, acredita a psicopedagoga e diretora da Escola, Esther Cristina Pereira.

O chef de cozinha Ademar Batista Pereira Junior, professor da oficina de gastronomia na Escola Atuação, conta que toda semana os “chefs mirins” repetem na cozinha de casa tudo o que aprendem em sala de aula, como cortes de carne e molho à base de tomate, assim como a preparação e cocção de massa caseira.

“A participação dos alunos é fantástica. São muito curiosos e interagem muito. A ideia é que aprendam de tudo, de um simples macarrão a um assado elaborado com diversos passos”, diz Ferreira Junior. Ele promete, inclusive, focar na cozinha molecular futuramente.

O professor conta que o funcionamento é como em uma cozinha industrial. Os estudantes aprendem não somente a manusear os alimentos, mas a separar o lixo e higienizar as mãos e os insumos. Além disso, são ainda ensinadas a forma correta de segurar a faca e executar os cortes de maneira segura, para garantir a segurança de todos.

“Apesar de já terem noção de perigo, eles não mexem com nada sozinhos e têm a minha supervisão em todos os processos. Enfatizo sempre os cuidados com água quente e fogo nas aulas. Fico muito em cima do fogão, ensinando os processos, que eles replicam devagar, de grupos em grupos”.

O aprendiz de cozinheiro Otávio Elias, de 13 anos, está se divertindo com as aulas de gastronomia e adquirindo novas habilidades. “É muito legal, estou aprendendo muitas coisas sobre as comidas e como preparar”, diz. A colega Ana Luiza Wernek, 12, já consegue contribuir em casa no preparo das refeições, dividindo com os pais a tarefa de fazer o jantar. “A gente está sempre aprendendo coisas novas, como cortar e como usar os ingredientes. Muitas vezes em casa não dá tempo dos meus pais prepararem tudo sozinhos e consigo ajudar com isso”.