Franklin de Freitas – Time de aspirantes comemora o tu00edtulo do Paranaense 2018

Dia 8 de abril, Arena da Baixada. Com gols de Bruno Guimarães e Éderson, o time B do Atlético-PR, liderado pelo técnico Tiago Nunes, vence o Coritiba por 2 a 0 e sagra-se campeão paranaense de 2018. É a primeira vez que o Furacão comemora um título dentro da ‘nova Arena’. O mais especial: dos 16 jogadores atleticanos que participaram das duas partidas finais, 11 são prata da casa, fazendo aumentar as perspectivas do clube para a temporada.

Setenta e oito dias depois, o Furacão vai do céu ao inferno. O time principal, treinado por Fernando Diniz, até consegue uma boa arrancada na Copa do Brasil, na Copa Sul-Americana e no Campeonato Brasileiro. A expectativa inicial, contudo, se torna em decepção: depois de 12 rodadas, o Furacão é penúltimo colocado da Série A, com apenas nove pontos.

Da equipe campeã paranaense, apenas o zagueiro Zé Ivaldo firmou-se entre os 11 do time principal do Furacão, tendo participado de 17 dos 21 jogos. O volante Bruno Guimarães e o lateral-esquerdo Renan Lodi ganham oportunidades aos poucos, sendo que cada um soma 12 e sete partidas pelo time principal na temporada, respectivamente. Já o ponta Marcinho foi titular dos três últimos jogos do time na Série A, enquanto o goleiro Caio e o zagueiro Léo Pereira, promovidos por Fernando Diniz, ainda não entraram em campo.

Outras peças importantes já se despediram ou estão prestar a se despedir da Arena da Baixada. É o caso do volante e capitão Deivid, negociado com o Sport (clube em que já assumiu a titularidade) e do camisa 10 João Pedro, que ainda não conseguiu encontrar seu espaço no Botafogo. Os experientes Pierre (volante) e Emerson Silva (zagueiro) foram para o Joinville após o fim do estadual, mas pouco tempo depois já se despediam de Santa Catarina também e hoje estão sem clube. Já o artilheiro Éderson está com contrato de empréstimo próximo do fim e não deve renovar.

Por último, os jogadores que ainda não conseguiram dar o ‘próximo passo’. Casos dos meias Matheus Anjos, Alex Apolinário, do ponta Yago e do atacante Demethryus. Enquanto os dois primeiros são titulares da equipe que disputa o Campeonato Brasileiro de Aspirantes, sob o comando de Tiago Nunes, os dois últimos são apenas opções no banco.
 

JOGADORES QUE ATUARAM NAS DUAS PARTIDAS DA FINAL E AONDE/COMO ESTÃO

Caio (goleiro)
Começou o ano como a quarta opção para a meta atleticana , atrás de Santos, Léo Vieira e Rodolfo (que seria negociado com o Fluminense). Assumiu a titularidade da equipe comanda por Tiago Nunes a partir da Taça Caio Júnior (o segundo turno do Campeonato Paranaense), após Léo Vieira e Santos se revezarem na posição na maior parte da Taça Dionísio Filho. Apesar da juventude – tem apenas 21 anos – demonstrou ser um goleiro seguro e foi bem nos dois Atletibas da final. Hoje é reserva do time principal e por isso não joga o Brasileirão de Aspirantes (Juliano, de 20 anos, tem sido o titular da equipe sub-23 e falhou no primeiro jogo, contra o Santos). Mas ainda não teve chance de jogar sob o comando de Fernando Diniz.

 

Diego Ferreira (lateral-direito)
Revelado pelo Botafogo, o jogador de 22 anos foi repatriado pelo Furacão em novembro de 2017 após passagem pelo futebol mexicano. Inicialmente com contrato até maio, teve o vínculo renovado até o final deste ano após se firmar como titular absoluto do time, sendo um dos destaques da vitoriosa campanha. Ainda não teve chances com Fernando Diniz, mas foi titular das duas partidas do Atlético pelo Campeonato Brasileiro de Aspirantes (empate em 2 a 2 com o Santos e vitória de virada por 3 a 2 contra o Avaí). Contra os catarinenses, foi o capitão da equipe e salvou uma bola quase em cima da linha

Zé Ivaldo (zagueiro)
Quando o experiente Paulo André fica de fora – algo que tem sido frequente neste início de Brasileirão – cabe a ele assumir a titularidade na defesa atleticana. Já são 13 jogos na temporada pelo time principal, sendo 11 pelo Brasileirão (10 como titular), um pela Copa do Brasil e outro pela Sul-americana (ambos de titular também). É o sexto do elenco com mais minutos em campo na Série A (850) e o líder em cartões amarelos (já recebeu quatro).

Léo Pereira (zagueiro)
Depois de uma experiência no futebol norte-americano, onde disputou em 2017 a Major League Soccer (MLS) pelo Orlando City (time em que jogava Kaká), retornou ao Furacão sob desconfiança por não ter correspondido quando teve as primeiras oportunidades no time profissional, em 2014. Ao longo do estadual, consolidou-se como titular e uma das principais lideranças da equipe. No começo de maio, rechaçou proposta do Criciúma e renovou o contrato com o clube, estendendo o vínculo, antes válido até janeiro de 2019, para até janeiro de 2020. Mas não joga desde a final do Campeonato Paranaense (esteve no banco de reservas em cinco jogos da Série A e para os demais sequer foi relacionado).

Emerson Silva (zagueiro)
Contratado em janeiro para dar um pouco mais de experiência ao jovem time que disputaria o Campeonato Paranaense, acabou tendo uma importância maior dentro do que fora de campo. Nas finais contra Coritiba, seu ex-clube, entrou aos 10-2º do jogo na Arena da Baixada (no minuto seguinte, Éderson marcaria o gol do título atleticano). Depois do estadual, com o fim de seu contrato com o Furacão, foi contratado pelo Joinville para a disputa da Sèrie C. Apresentado oficialmente em 13 de abril, jogou apenas seis jogos pelo clube catarinense e pediu a rescisão do contrato já no final de maio, alegando estar insatisfeito com o próprio rendimento e o rendimento da equipe.

Renan Lodi (lateral-esquerdo)
Jogador com muita qualidade no apoio ao ataque. Promovido ao time principal depois do estadual, fez sete partidas sob o comando de Fernando Diniz (cinco pelo Brasileirão e duas pela Copa Sul-Americana). Foi titular em quatro jogos, entre eles os dois contra o Newell’s Old Boys, da Argentina, e destacou-se tanto no jogo na Arena da Baixada (vitória atleticana por 3 a 0) quanto no Estádio Marcelo Bielsa (derrota para os argentinos por 1 a 2), com uma assistência para gol em cada partida.

Pierre (volante)
Outro que foi contratado para dar mais rodagem ao jovem time atleticano e teve importância maior fora do que dentro de campo. Ainda assim, foi titular na partida de ida da final do Campeonato Paranaense, que terminou com triunfo coxa-branca por 1 a 0 no Couto Pereira (foi a única derrota atleticana em toda a competição e Pierre foi quem cometeu a falta convertida por Julio Rusch). Depois do estadual, o jogador de 36 anos seguiu o mesmo caminho do zagueiro Emerson e rumou para o Joinville, mas também fracassou e deixou o clube uma semana após o ex-companheiro.

Deivid (volante)
Capitão do time campeão estadual, ficou de de fora da primeira partida da decisão do estadual por conta de uma suspensão, mas retomou a titularidade na partida seguinte. Embora tenha apresentado bom desempenho no Paranaense, não teve chances com Fernando Diniz – jogou apenas quatro minutos na estreia do time pelo Brasileirão, contra a Chapecoense (vitória atleticana por 5 a 1). Sem espaço, pediu para deixar o Furacão e foi negociado com o Sport, clube pelo qual já soma seis partidas, sendo que foi titular nos quatro último jogos do time.

Bruno Guimarães (volante)
Autor do gol que abriu o placar no Atletiba disputado na Arena e provavelmente o maior destaque da equipe campeã estadual. Com o bom desempenho, ganhou oportunidades com Fernando Diniz. São 12 partidas pelo time principal na temporada (dois desses jogos pela Sul-Americana e um pela Copa do Brasil), sendo que foi titular em cinco confrontos (todos pelo Brasileirão).

Matheus Anjos (meia-atacante)
Considerado uma das principais promessas atleticanas, o jovem de 19 anos se destaca principalmente na bola parada. Depois de fazer um bom estadual, teve poucas oportunidades com Fernando Diniz e jogou apenas uma partida pelo time principal: a derrota contra o Cruzeiro na Arena da Baixada por 1 a 2, pela Copa do Brasil. Na ocasião, entrou aos 21-2º substituindo Raphael Veiga e pouco produziu. Mas tem se saído bem neste início do Brasileirão de Aspirantes: titular contra Santos (empate em 2 a 2) e Avaí (vitória por 3 a 2), deu assistência para gol nos dois jogos (lançamento para Ribamar marcar por cobertura contra os santistas e cobrança de falta primorosa para Éder cabecear para o fundo da rede dos catarinenses).

João Pedro (meia-atacante)
Após uma boa reta final de Série B pelo Paraná em 2017, sendo peça importante para o retorno do clube à elite do futebol brasileiro, o meia assumiu a camisa 10 do jovem time atleticano no Campeonato Paranaense e novamente apresentou bom desempenho. Sem espaço no time principal, porém, pediu para deixar o clube. Foi novamente emprestado, desta vez ao Botafogo, mas ainda não convenceu: são apenas quatro partidas (três como titular), com dois empates e duas derrotas. Ao todo, são 153 minutos em campo até aqui, sem ter marcado gol ou dado assistência.

Alex Apolinário (meia-atacante)
Empestado pelo Cruzeiro até o final do ano, o meia de 21 anos não conseguiu se firmar como titular ao longo do estadual. Nas finais, entrou aos 35-2º da partida de ida e aos 36-2º na partida de volta, nos lugares de João Pedro e Éderson, respectivamente. Sem convencer, contudo, nunca teve chance no time principal. Agora, está tendo mais uma oportunidade de mostrar seu futebol no Brasileirão de Aspirantes: entrou aos 19-2º no jogo contra o Santos e foi titular na partida seguinte, contra o Avaí, quando permaneceu em campo até os 37-2º.

Marcinho (meia-atacante)

Contratado junto ao São Paulo, o jogador de 22 anos chegou como uma aposta ao clube. Irregular ao longo do estadual, ainda assim foi titular na maior parte da vitoriosa campanha atleticana e teve chances com Fernando Diniz. São quatro jogos pelo time principal na temporada (um pela Copa do Brasil), sendo que o jogador foi titular nos três últimos jogos do Campeonato Brasileiro, contra Sport, São Paulo e Botafogo.

Yago (meia-atacante)
Irregular, não conseguiu se firmar como titular da equipe. Como é visto pela comissão técnica como um jogador habilidoso e de velocidade, costuma entrar nos segundo tempo. Foi assim nas duas finais contra o Coritiba, quando entrou aos 23-2º tanto na partida de ida como na partida de volta, substituindo Marcinho e Matheus Anjos, respectivamente. Ainda não jogou pelo time principal na temporada, mas contra o Avaí, pelo Brasileirão de aspirantes, entrou em campo aos 18-2º substituindo Giovanny e nove minutos depois garantiu a virada e a vitória atleticana por 3 a 2.

Demethryus (atacante)
Entrou aos 13-2º da partida da final no Couto Pereira, substituindo Matheus Anjos – o Furacão já perdia por 1 a 0 e tentava aumentar o volume de jogadores dentro da área. Nas poucas vezes em que teve oportunidade pelo time sub-23 no estadual, não convenceu. Foi apenas uma boa partida, contra o Cascavel pela Taça Dionísio Filho, quando foi titular e deu a assistência para Éderson marcar o único gol do jogo. No Brasileirão de Aspirantes, novamente é reserva da equipe comandada por Tiago Nunes – entrou aos 32-2º no jogo contra o Santos e aos 37-2º na partida contra o Avaí.

Éderson (atacante)
Artilheiro isolado do Campeonato Paranaense com nove gols marcados em 16 partidas, recuperou-se após um fraco ano de 2017. Foi quem marcou o gol do título atleticano, mas não teve sequência no time principal – foram apenas quatro jogos pelo Campeonato Brasileiro, todos saindo do banco de reservas (um total de 99 minutos em campo) e com um gol marcado na partida de estreia, contra a Chapecoense. Com o contrato de empréstimo se encerrando ao final deste mês, deve deixar em breve o clube (embora já tenha dito que aceitaria uma redução salarial para permanecer). O destino, contudo, ainda é incerto, uma vez que o vínculo do atacante com o Kashiwa Reysol, do Japão, também se encerra em 30 de junho.