Divulgação – Sede do Dedica: programa atende 60 jovens por dia

A cada dia, uma média de 15 casos de violência contra crianças e adolescentes são registrados no Paraná. De acordo com o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan Net), do Ministério da Saúde, entre os anos de 2012 e 2016 (último ano com dados disponíveis) foram notificados 27.636 casos na Capital, sendo 6.142 registros apenas no último ano (34,6% a mais do que em 2012).

Para lidar com esse tipo de situação, que exige atendimento multidisciplinar não apenas às vítimas, mas também aos supostos abusadores, organizações não governamentais (ONGs) e outras iniciativas de natureza jurídica diversa realizam um trabalho fundamental no município.

Uma dessas instituições é o programa Dedica (Defesa da Criança e do Adolescente). Ligado ao Hospital de Clínicas, a instituição atende todos os dias de 40 a 60 crianças vítimas de violência em casos graves ou gravíssimos registrados em Curitiba.

Criado há 15 anos, o projeto conta com equipe multidisciplinar para atender casos encaminhados pela Justiça, delegacias, escolas e hospitais da cidade. Além da criança, o agressor/família também são atendidos, de forma a minimizar sequelas físicas e emocionais, recuperar o desenvolvimento neuro psicomotor, a defasagem do aprendizado, bem como o tratamento dos consequentes danos físicos, psíquico, ético e morais.

“Diferente do que muitos poderiam imaginar, a violência contra crianças e adolescentes é uma mancha que assombra famílias de todas as classes culturais e os mais diversos níveis culturais. É claro que a classe baixa vem mais porque a parede é mais fina”, afirma a pediatra Luci Pfeiffer, uma das idealizadoras do programa, apontando aionda que mais de 90% dos casos a violência ocorre dentro de casa. “É muito raro encontrar algo fora do ambiente familiar, mesmo nos casos de abuso sexual”.

Outra instituição que também faz esse tipo de trabalho na cidade é a Associação Fênix, fundada em 2006 e que tem como objetivo reconstruir a identidade das vítimas de violência, resgatando a autoestima através da oferta de oportunidades educativas, preventivas, culturais, socializadoras e profissionais.

“Diariamente somos noticiados sobre novos, e cada vez mais graves, casos de violação de direitos de crianças, adolescentes e idosos. Constante também os novos casos de violência contra a mulher e feminicídio. A demanda de trabalho é constante e a humanização no acolhimento em cada um dos casos é ponto chave para conciliar as famílias já tão abatidas e desgastadas pelo sofrimento”, aponta a instituição, que tem sede no bairro Alto da Glória, em seu site.

Os quatro tipos de agressão
Há dois anos, a médica Rafaella de Souza Andri apresentou na Câmara Municipal sua tese de conclusão de residência, chamada “Violência na infância e na adolescência: abordagem e a importância de notificar”.
O estudo teve como objetivo reconhecer os tipos de violência infantil, que segundo a autora são basicamente quatro: violência física (uso da força de forma intencional com o objetivo de ferir); violência psicológica (humilhação, ameaças, depreciação, rejeição, indiferença e culpabilização); violência sexual (carícias, manipulação da genitália, pornografia, erotização precoce, fetichismo, voyeurismo, oral, e penetrações); e negligência (omissão crônica).

Serviço
Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (HC Dedica)
O que faz: Atende crianças e adolescentes vítimas de violência doméstica e sexual. Além da vítima, atende também a família/agressor, buscando minimizar sequelas e recuperar o desenvolvimento do jovem
Como ajudar: O projeto é mantido com o apoio da Associação dos Amigos do Hospital de Clínicas (AAHC), que aceita doações por meio de seu site. Os valores podem ser repassados via Paypal ou Pagseguro, boleto ou mesmo doação em dinheiro, entre outros. Confira as opções em http://amigosdohc.org.br/project/programa-dedica/
Endereço: Rua General Carneiro, 95

Associação Fênix
O que faz: Fundada em 21 de junho de 2006, a instituição tem como missão combater a violência. Inicialmente, enfatizada a violência sexual e doméstica, conflitos familiares e o atendimento a jovens vivendo e/ou convivendo com HIV/Aids. Hoje, atua também em casos de automutilação e ideação suicida.
Como ajudar: A Associação precisa de doações para manter suas atividades. (alimentos, brinquedos, computadores, e etc.). Para fazer sua contribuição, seja com dinheiro, equipamentos ou alimentos, entre em contato pelos telefones (41) 3082-8018 / 3353-8017
Endereço: Rua Augusto Stresser, 191 Alto da Glória
Site: http://www.fenixacoespelavida.org.br