Quem lembra que esta semana é uma semana importante. Quem lembra que nesta semana deveríamos aplaudir mulheres e homens que lidam com a dor do outro. Quem lembra que nas caminhadas da sociedade lá estão essas pessoas, na superação de vulnerabilidades sócio históricas. Hoje escrevo para lembrar e homenagear este coletivo indispensável aos Direitos Humanos, que lutam por desenvolvimento.

Seres humanos estes dedicados à mediação de garantia de direitos, que auxiliam pontes justas e fraternas ao acesso a cidadania. Trabalham em redes e derrubam muros de preconceitos, constroem ações efetivas de solidariedade, sendo um braço forte do Estado bem como de estruturas privadas. Em tempos de crise sócioeconômica, automaticamente, sobrevivências são ameaçadas. Os primeiros a estarem lá serão eles. O povo brasileiro ainda não os homenageia merecidamente. Não existem nomes de praças e de ruas de grandes referências desses atores. Há nomes de patentes militares, desembargadores, juízes, artistas, professores, mas não lembram deles. Existem faz tempo e são fortes. Lá já estavam nas guerras pelo mundo, em todas as trincheiras, principalmente da primeira e segunda guerra, cuidando dos soldados e de seus familiares. E assim a humanidade caminhou junto a eles, como por exemplo os imigrantes, que receberam e recebem sua dedicação pelo mundo.

No Brasil já estão por aqui desde meados de 1930, embrionando as lutas por cidadania e pelo direito à vida. São reais, substanciais, justos e guerreiros. Muitas vezes suas vozes não são respeitadas pela Justiça e pelos governantes. É que maioria destes que ocupam cargos de poder são filhos da elite, destruídos pelos seus egos de mando e limitados a sensibilidades humana. Não alcançam o conhecimento desses fomentadores de igualdade. Esses profissionais não atuam no viés dos holofotes, mas sim pelo exercício do bem comum. Defendem a vida sob um prisma mais sóbrio da dignidade de cada indivíduo ou do coletivo social. Independente da hora do dia ou da noite eles são um dos primeiros a estarem participando do socorro à calamidade pública. Não é diferente em tempo de pandemia do COVID-19, agora sim a população vem precisando ainda mais deles. Estão preparados para racionalizar as estratégias de atendimento a quem mais estiver desamparado em situação de risco.

Estas mulheres e homens são enjagajados pelos princípios da liberdade, da justiça social, da democracia e tantos outros. Assim mesmo, a sociedade falha ao não evidenciar publicamente a importância desses profissionais, ainda que estejam defendendo a maior parte da população brasileira em desproteção social. Lembrando que a fragilidade dos direitos faz o país tornar-se mais desigual, produzindo infelicidades. A elite não compreende que tal desigualdade afeta seus próprios interesses e só considerará a importância dessa profissão quando a violência bater à sua porta, ou quando o ciclo econômico estiver ameaçado.

Não lembram do dia deles; imaginem se querem reduzir a pobreza! Esta mesma elite critica políticos, partidos, votam errado movidos pelo ódio, pedem ética e moral, ficam encastelados em suas casas e bairros. Não criam mecanismos para redução da pobreza, tampouco atentam para a melhoria das condições de trabalho desses profissionais, que estão na frente da redução das desigualdades! Esta é a elite brasileira que não vê o mundo real como estes profissionais organizados, que defendem a soberania popular como esperança para uma nação mais igualitária nas relações sociais. Viva o dia quinze de maio, aos NOBRES ASSISTENTES SOCIAIS, fortes e visionários, que acreditam nos seres humanos. Nossos aplausos fraternais e abraços de longe, em tempos tão difíceis de isolamento social em um momento de trabalho árduo para eles, que são essenciais para a nossa sociedade.

Arthur Conceição é jornalista, cientista política e sociólogo