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O Verão acabou. Agora é se preparar para os três meses do Outono, estação que se caracteriza pelo aumento da incidência de ventos, diminuição da umidade do ar e variações, às vezes bruscas, da temperatura. Esse conjunto de fatores influencia o sistema imunológico das pessoas deixando o organismo mais vulnerável a doenças oftalmológicas, como Alergias Oculares, Síndrome do Olho Seco e Conjuntivite. Cada uma dessas doenças oculares possui tratamento diferenciado e, por isso, a importância de consultar um oftalmologista nos primeiros sinais de desconforto nos olhos.

No outono, os olhos ficam menos lubrificados e mais expostos a poluição o que pode resultar em coceira, irritação, lacrimejamento, e maior sensibilidade à luz (fotofobia), conforme explica o Peter Ferenczy, mestre em Oftalmologia e Ciências Visuais pela UNIFESP e membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia e da Academia Americana de Oftalmologia. Alguns destes sintomas da alergia ocular são muito parecidos com a conjuntivite, por isso é importante o diagnóstico de um especialista. Em alguns casos, é possível aliviar os sintomas da alergia ocular fazendo compressas geladas com olhos fechados para diminuir a coceira e a irritação.

Já a Conjuntivite é a inflamação da conjuntiva que é a membrana transparente que reveste a parte da frente do globo ocular externa do olho e o interior das pálpebras. A Conjuntivite pode ser causada por reações alérgicas, coceiras nos olhos e a contaminação por vírus ou bactérias. Neste último caso ela é contagiosa, explica o oftalmologista. A doença atinge principalmente crianças, idosos e quem compartilha computadores no ambiente de trabalho. Olhos inchados, coceira e secreção que deixam os olhos grudados ao acordar são os sintomas característicos.

Ferenczy ressalta que manter hábitos simples como lavar as mãos frequentemente, não compartilhar objetos pessoais (maquiagem, toalhas, colírios, fronhas) e não coçar os olhos são ações suficientes para evitar contrair essa doença ocular. Não deixar acumular pó em casa e limpar com álcool equipamentos usados no trabalho como o teclado do computador e o mouse também são ações recomendáveis.

Já o clima mais seco do Outono também é propício para a chamada Síndrome do Olho Seco que é caracterizada pela diminuição na quantidade de lágrimas nos olhos, deixando-os mais expostos à ação de fungos e bactérias. De forma genérica, o olho fica “seco” porque a evaporação do filme lacrimal sofre influência da umidade do ar e tende a aumentar. É muito importante ter atenção aos sintomas (Vermelhidão, irritação, coceira, ardor, visão borrada e sensação de areia nos olhos) porque caso a doença não seja tratada adequadamente, a síndrome pode levar a sequelas na córnea e necessidade de cirurgia corretiva.

Para prevenir o aparecimento desta doença ocular, as pessoas devem ingerir água com bastante frequência, consumir verduras e frutas ricas em vitaminas A e E, e não exagerar na permanência em frente a aparelhos eletrônicos – que retem a atenção e fazem com que os olhos pisquem menos que o necessário para serem lubrificados. Manter o ambiente onde permanece umedecido também ajuda a manter os olhos mais saudáveis.

Em qualquer um dos casos acima citados a automedicação não é recomendável. O uso de colírio deve ser prescrito por oftalmologistas.

Peter Ferenczy é oftalmologista graduado pela Universidade Federal do Paraná, com Especialização pela UFPR e Hospital de Olhos do Paraná em Cirurgia do Segmento Anterior. Observador em Cirurgia Refrativa pela University of Texas Southwestern (EUA) e mestre em Oftalmologia e Ciências Visuais pela UNIFESP. Também é membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia e da Academia Americana de Oftalmologia.