Franklin de Freitas – Vacinação com hora marcada evita aglomeração

O Paraná se aproxima da ‘segunda temporada’ com frio, Covid-19 e gripe juntos. E em Curitiba, os centros de vacinação estão prontos para o enfrentamento ao influenza, tendo iniciado a aplicação de vacinas contra a gripe no final de março e com previsão para alcançar o pico da demanda pelo imunizante nas próximas semanas, com especial destaque, até aqui, pela procura por atendimento em domicílio e os agendamentos online, uma medida imposta pela pandemia do novo coronavírus.

Na rede privada, a maior parte das clínicas e laboratórios trabalham com a vacina tetravalente, que protege contra quatro tipos diferentes de cepas da gripe (duas do vírus A e duas do vírus B), enquanto a trivalente, que está sendo ofertada aos grupos prioritários pelo Sistema Único de Saúde (SUS), oferece proteção contra três das cepas do influenza que mais circulam (duas do vírus A e uma do vírus B).

Tradicionalmente, a maior parte das vacinações são feitas nas próprias clínicas, um comportamento que começou a mudar neste ano, por conta da persistência da pandemia do novo coronavírus e a necessidade de distanciamento social. Com isso, o setor registrou nos últimos tempos um crescimento considerável nos serviços de compra e agendamento on-line, vacinação drive-thru e atendimento em domicílio.

Na plataforma Vacinas.net, um marketplace de vacinação que faz a ponte entre quem precisa se vacinar e quem presta esse serviço por meio da venda e agendamento online, o número de usuários cresceu 1.000% entre janeiro de 2020 e janeiro de 2021. Para este ano, as perspectivas são ainda mais promissoras, ao ponto de os responsáveis pela plataforma esperarem um salto ainda maior de crescimento, tanto de capilaridade como em receita.

Já nas clínicas e centros de vacinação tradicionais, como a Previnna e a Prophylaxis, o atendimento segue sendo feito presencialmente, mas também se nota um aumento na procura pelo serviço em domicílio e em drive-thru. “Esse serviço [atendimento em domicílio] se enquadra melhor nos tempos que vivemos. A procura está grande”, comenta Danielly Thais de Oliveira, enfermeira responsável-técnica pela Prophylaxis, que fica no Água Verde, dentro do Hospital IPO.

“Aqui, procuram bastante o drive-thru e priorizamos idosos, pessoas com dificuldade de locomoção. Mas o atendimento em domicílio também cresceu bastante em relação ao ano passado”, complementa Flávia Maram, enfermeira-chefe da Previnna, localizada no Ahu.

As duas revelam, ainda, que tem sido grande a procura pela vacina contra a gripe nos últimos dias, algo que ainda deve aumentar na medida em que for esfriando. “E com o inverno chegando, fazendo dias mais frios, a procura continua bem grande”, diz Danielly, relatando ainda que a demanda deve aumentar nas próximas semanas, já que os meses com maior demanda serão os próximos, especialmente maio e junho. “É nesse período pré-inverno que temos mais procura”, diz ela, apontando que um dos motivos para a demanda tão expressiva pelo imunizante na rede privada é o fato de a vacina quadrivalente oferecer uma proteção a mais.

Demanda represada e intervalo preciso

Enfermeira-chefe da Previnna Centro de Vacinas, Flávia Maram comenta que a procura por vacina contra a gripe, na rede privada, se concentra bastante entre idosos. Por conta da vacinação contra o novo coronavírus, contudo, essa demanda ainda estaria um tanto represada, surgindo mais lentamente do que o comum. “Diminuiu um pouco a procura de idosos, eles têm medo de fazer a [vacina] da gripe [após tomarem a vacina da Covid], mas a procura ainda está razoável”, diz ela.

Efetivamente, a recomendação do Ministério da Saúde é que não sejam administrados simultaneamente os dois imunizantes. A indicação é deixar um intervalo mínimo de 14 dias entre as vacinas Covid-19 e as diferentes vacinas do Calendário Nacional de Vacinação. Ainda assim, e é importante ressaltar, tomar a vacina contra a gripe é importante, pois pode prevenir internações e assim diminuir a procura por serviços de saúde.

Na net — Em seu primeiro ano de atuação, o Vacinas.net registrou mais de 650 clientes e recebido mais de 765 pedidos, que resultram na aplicação de quase 1,5 mil vacinas. Alé disso, o sit também inermediou a venda de mais de 40 mil doses para o mercado corporativo e a perspectiva de crescimento é grande.

Boletins da Covid-19

Curitiba tem 561 casos e 19 mortes

Curitiba registrou nesta segunda-feira (26) 561 novos casos de Covid-19 e 19 óbitos de moradores da cidade. Desde o início da pandemia foram contabilizadas 4.600 mortes na Capital e confirmados 189.218 casos desde março de 2020. Há 6.079 casos ativos na cidade, correspondentes ao número de pessoas com potencial de transmissão do vírus.

Até esta segunda-feira (26), a taxa de ocupação dos 525 leitos de UTI SUS exclusivos para Covid-19 estava em 93%. Restavam 35 leitos livres. A taxa de ocupação dos 726 leitos de enfermarias SUS Covid-19 estava em 73%. Havia 136 leitos vagos.

Paraná — A Secretaria de Estado da Saúde do Paraná divulgou nesta segunda-feira (26) mais 2.246 casos confirmados e 86 mortes pela Covid-19 no Paraná. Os números são referentes aos meses ou semanas anteriores e não representam a notificação das últimas 24 horas. Os dados acumulados do monitoramento da doença mostram que o Estado soma 925.687 casos confirmados e 21.507 óbitos.

Brasil — O Brasil registrou nesta segunda-feira (26) mais 28.636 casos da Covid-19 e 1,139 óbitos pela doença, segundo o boletim divulgado pelo Ministério da Saúde. O total de casos até agora chegam a 14.369.423 e o de óbitos a 391.936. Outras 12.879.051 são considerados casos recuperados.