Franklin de Freitas – Imobiliárias oferecem o tour virtual para os futuros compradores

Tudo apontava que 2020 seria o ano de forte retomada para o mercado imobiliário no Paraná. Segundo informações da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR), o ano anterior já havia sido positivo para o setor, quando o volume de unidades disponíveis atingiu o menor nível dos últimos 10 anos e os lançamentos de novos edifícios tiveram crescimento de 20%. Mas aí veio a pandemia do novo coronavírus e tudo mudou da noite para o dia.

“A expectativa era de forte retomada, com um cenário econômico de crescimento, emprego e aumento de renda, oferta de crédito com juros baixos e inflação controlada. Todas as variáveis favoráveis para um ótimo ano”, comenta Leonardo Pissetti, presidente da Ademi-PR, afirmando que não há como mensurar, ao menos por ora, a dimensão do impacto da crise sanitária sobre o mercado imobiliário. Entretanto, também ressalta que “todos os setores foram afetados pelo coronavírus.

“O que as empresas estão fazendo é reavaliar projetos, criar prioridades, preservar os empregos e estruturar o seu caixa. Acreditamos que teremos lançamentos de produtos bem elaborados em segmentos onde há uma demanda reprimida, pois, a quarentena vai passar e a vida continua”, afirma Pissetti.
Ainda segundo o presidente da Ademi-PR, a busca por mais qualidade de vida dentro de casa é o que tem estimulado a venda de imóveis nesse período. Daqui para frente, portanto, os novos apartamentos terão de atender estes quesitos, além de trazer preços que caibam realmente no bolso dos clientes.

“As famílias também irão desembolsar o que realmente terão condições de comprar com segurança. Isso não quer dizer que os imóveis irão baixar de preço, mas que o comprador vai ajustar o valor para a compra do imóvel, que será feita de forma mais planejada e dentro da sua capacidade financeira”, aposta o dirigente, relatando que as vendas estão acontecendo, ainda que de forma moderada. “Os imóveis que fazem parte do Minha Casa Minha Vida são os que mais têm se destacado nesse quesito no momento”.

Tour virtual e até contrato digital são ações em tempos de distanciamento social

Enquanto outros setores tiveram de se reinventar rapidamente para sobreviver em tempos de isolamento social e proibição de aglomerações, o mercado imobiliário já teve uma vantagem na largada. Dados do Google, por exemplo, revelam que 60% de todas as jornadas de aquisição imobiliária se iniciam na internet.
Isso, contudo, não significa que o setor, que já vinha intensificando o uso de plataformas digitais há tempos, não tenha tido de passar por adaptações. “Na área comercial, estão sendo intensificadas as ações online desde a divulgação dos empreendimentos (via tour virtual, vídeos e fotos) até a aquisição do próprio imóvel por meio da geração do contrato digital”, diz Leonardo Pissetti.

Imóveis

Comprar ou vender?

Mas afinal, a hora é boa para quem quer comprar ou para quem quer vender um imóvel? Segundo Leonardo Pissetti, isso depende da disponibilidade financeira e da necessidade atual do comprador. “Existem algumas oportunidades em termos de negociação, como prazo maior para pagamento e juros baixos para financiar. O imóvel é uma moeda forte que garante valor ao longo do tempo. Além disso, é um investimento de baixo risco, portanto, mais seguro do que o mercado de ações, por exemplo, podendo ser uma alternativa para a diversificação das aplicações.” Além disso, apesar do receio, alguns setores ainda ensaiam uma recuperação mais expressiva que outros nos próximos meses, como é o caso do meio imobiliário, por ser um porto seguro em momentos de volatilidade dos ativos financeiros. O segmento deve ter prioridade em receber incentivos do governo Federal, por ser um grande gerador de empregos, e com a previsão de uma queda ainda maior da Selic, bons ativos imobiliários prometem rentabilidade muito superior.