Franklin de Freitas – Movimento nos hospitais do Paraná ficou em alta nas últimas semanas por causa do coronavírus

O Paraná bateu, nesta quarta-feira (3), novo recorde de número de internados com Covid-19: 4.012 pacientes estavam hospitalizados. Eram 2.143 pacientes com diagnóstico confirmado de Covid-19, 1.857 pacientes em leitos SUS (785 em UTI e 1.072 em leitos clínicos/enfermaria) e 286 em leitos da rede particular (116 em UTI e 170 em leitos clínicos/enfermaria). Havia outros 1.869 pacientes internados, 656 em leitos UTI e 1.213 em enfermaria, que aguardam resultados de exames. Eles estão em leitos da rede pública e particular e são considerados casos suspeitos de infecção pelo Sars-CoV-2.

Em dois dias, o número de internados subiu 11%, ou seja, mais 425 pessoas foram internadas em dois dias com Covid-19 no Estado. A fila de espera por um leito já contava até ontem com 699 pacientes.

Levando em conta apenas os leitos de UTI do SUS para Covid-19, a ocupação geral no estado é de 92%, enquanto para enfermaria estava em 74% A situação mais crítica é registrada no Oeste do estado, onde a ocupação era até ontem de 97%. O próprio secretário de Estadop da Saúde, Beto Preto, admitiu ontem, em entrevistas à emissoras de TV, que a saúde do Paraná está colapso.

A fila de pacientes à espera de uma vaga nos hospitais no Paraná também bate recorde diário e ontem estava com 699 pessoas.Só na Grande Curitiba, haviam 246 pacientes na fila de leitos, 81 para UTI e 165 para enfermaria.

Mais leitos no HC

O Complexo Hospital de Clínicas da UFPR/Ebserh abriu nesta quarta-feira (3) mais 16 leitos de UTI para atendimento de pacientes com Covid-19. A ampliação é consequência da reorganização de esforços, de recursos e de pessoal neste momento crítico da pandemia. Com os novos leitos o HC-UFPR/Ebserh passa a ofertar 165 vagas para pacientes com Covid-19. É a Unidade Hospitalar em Curitiba que disponibiliza maior número de vagas para o combate à pandemia: 83 leitos de Enfermarias e 82 de UTI.

Oxigênio garantido

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) realizou uma reunião ontem com fornecedores de oxigênio para reafirmar o compromisso no abastecimento no Estado. No Paraná não houve nenhuma desabastecimento de oxigênio. O secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, a pedido do governador Carlos Massa Ratinho Junior, também já oficiou os municípios para que monitorem de forma permanente essa questão de abastecimento de oxigênio.

Exportação de oxigênio e vacinas precisam de aval da Anvisa

A exportação de oxigênio medicinal e de vacinas do Brasil para outros países necessitará de prévia autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Os dois insumos foram incluídos em uma lista de medicamentos e matérias-primas que constam na Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 352, em vigor desde março do ano passado. A nova redação foi aprovada por unanimidade em reunião extraordinária da diretoria da autarquia, ontem.

“Não se trata de uma proibição à exportação, mas de uma necessidade de análise caso a caso por parte dessa agência, fundada em sua missão, [que é] garantir o abastecimento nacional”, afirmou o diretor Romison Rodrigues Mota, relator do processo.

Hospitais da rede particular também sentem a pressão nos últimos dias

Josianne Ritz

O Hospital Marcelino Champagnat, em Curitiba, também ‘fechou’ para novos pacientes em alguns momentos, ontem, por causa da alta demanda de casos de Covid-19. O bloqueio é para quaisquer atendimentos médicos, ou seja para pacientes com sintomas de covid-19 e outras queixas.

Foi o segundo hospital da rede particular da capital paranaense que suspende novos atendimentos nesta semana. Na terça, o Hospital Nossa Senhora das Graças também chegou à lotação máxima de pacientes e suspendeu o recebimento de novos pacientes.

“O Hospital Marcelino Champagnat informa que, devido ao aumento expressivo do número de casos de Covid-19 na cidade de Curitiba, o Pronto Atendimento está atuando com uma alta demanda, com fluxo de ocupação oscilando muitas vezes ao longo do dia.Em alguns momentos, o serviço atinge a capacidade máxima instalada e, por esse motivo, o atendimento precisa ser suspenso por algumas horas. Como esse é um processo dinâmico, para facilitar o acesso à informação em tempo real, as equipes têm atualizado a situação do Pronto Atendimento no site do hospital (https://www.hospitalmarcelino.com.br/)”, diz nota do hospital encaminhada à redação do Bem Paraná.

A nota também reitera que o hospital só deve ser procurado em casos graves, para não sobrecarregar o sistema.

Brasil tem maior número de mortes em um único boletim: 1.910 casos

Com 1.910 mortes confirmadas por Covid-19 nas últimas 24 horas, o Brasil bateu ontem novo recorde, com o maior número de óbitos registrados em um único boletim, o maior desde o início da pandemia. Ao todo, 259.271 brasileiros perderam a vida para a doença causada pelo novo coronavírus. Este é o 42º dia em que a média móvel de mortes está acima de mil, a sequência mais longa até o momento. Mais 71.704 casos foram confirmados, totalizando 10.718.630 de habitantes já contaminados.

Paraná — A Secretaria de Estado da Saúde do Paraná divulgou ontem 4.666 novos casos confirmados e 118 mortes em decorrência da infecção causada pelo novo coronavírus. Os dados acumulados do monitoramento da Covid-19 mostram que o Paraná soma 656.410 casos confirmados e 11.888 mortos em decorrência da doença.

Curitiba — Curitiba registrou, ontem, 892 novos casos de Covid-19 e 19 óbitos de moradores da cidade infectados pelo novo coronavírus, conforme boletim da Secretaria Municipal da Saúde. Até agora são 2.980 mortes na cidade provocadas pela doença neste período de pandemia.

Com os novos casos confirmados, 144.555 moradores de Curitiba testaram positivo para a Covid-19 desde o início da pandemia. Até ontem eram 8.670 casos ativos na cidade, correspondentes ao número de pessoas com potencial de transmissão do vírus.