Divulgação / Tecpar – Geração de energia fotovoltaica no Paraná: um exemplo de sustentabilidade

O Paraná virou destaque na Organização das Nações Unidas (ONU) quando o assunto é desenvolvimento sustentável. O estado é o único do Brasil a ter o termo de cooperação da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Um estudo da OCDE divulgado na última semana aponta como o Paraná tem aplicado os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.

A OCDE é uma organização internacional com 38 países que se empenham em promover padrões internacionais para questões econômicas, financeiras, comerciais, sociais e também ambientais. As reuniões e debates permitem troca de experiências e coordenação de políticas em áreas diversas. No mundo, é a principal organização especializada em políticas públicas.

“O Paraná é o único estado a ter o termo de cooperação da OCDE. E renovou a parceria para ajudar a construir recomendações”, afirmou a vice-presidente do Conselho Estadual de Desenvolvimento Econômico e Social do Paraná (Cedes), Keli Guimarães. O Cedes é responsável pela implementação da Agenda 2030 da ONU no Estado. E, para isso, criou a Estratégia Paraná de Olho nos ODS, que mira o planejamento, a execução e o monitoramento de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento sustentável.

A agenda para desenvolvimento sustentável da ONU é assinada por 192 países, mais o Brasil. E tem 17 objetivos (os ODS), que vão de meio ambiente a erradicação da pobreza, de saneamento a igualdade de gênero, como metas para atingir até o ano de 2030. Nem todos são implementados ao mesmo tempo. Ou seja, alguns são mais fortes em determinadas áreas. No caso do Paraná, os destaques são energia renovável, proteção ambiental e redução de desigualdades.

Com força consolidada em alguns dos objetivos, o Paraná pode focar em outros. “Saúde, educação e segurança são as prioridades para o momento. Mas nosso foco é melhorar tudo. Não só segurança e saúde, mas melhorar o Paraná como um todo”, afirmou Keli Guimarães. “Quando fala em sustentabilidade, não é só meio ambiente”, disse ela. A sustentabilidade envolve enfrentar a fome, produzir alimentos saudáveis, gerar emprego e renda, criar políticas públicas para melhorar a vida. A vice-presidente citou um exemplo de um objetivo da lista: a erradicação da pobreza. “Trouxemos isso para nossa realidade. Como vai atingir isso? Conseguimos mapear todo o estado. E vimos que em algumas localidades precisamos mexer”, explicou.

“O legal é que existe 17 objetivos, mas são 169 metas ao todo, baseadas em 232 indicadores”, disse Filipe Braga Farhat, articulador de parcerias para a Agenda 2030 dentro do Cedes. “Aqui desenvolvemos indicadores locais. Adaptamos os indicadores apresentados pela ONU, que vão dizer como está de fato em cada município a educação, a pobreza, a indústria, todos os objetivos”.

Para Farhat, os objetivos listados pela ONU fazem com que governos tenham uma pauta para aplicar políticas públicas. “Esses objetivos não trazem nenhuma grande novidade. Referem-se ao que praticamente todo político deveria estar fazendo, como terminar com a pobreza ou melhorar a educação”, afirmou ele. “O Paraná é o primeiro estado a fazer parte do programa da OCDE. Agora o Pará vai começar esse processo. Somos o primeiro a renovar contrato com a OCDE. O Brasil faz um grande esforço para fazer parte do OCDE. O Paraná não faz parte, mas participa da OCDE sobre a Agenda 2030”. “Muitos estados não têm essa percepção porque acham que a agenda da ONU é uma coisa distante da realidade brasileira”, afirmou Keli Guimarães.

A agenda de ODS estabelecida pela ONU vai até 2030. “Quando chegar a 2030, vai ter uma nova agenda. O Paraná está, sim, totalmente engajado a isso. Dentro das secretarias já se prega as ODS”, afirmou a vice-presidente do Cedes. Segundo ela, 359 dos 399 municípios do Paraná aderiram à agenda. “Se o ano que vem for o último desse governo, a gente entrega tudo com a perspectiva do próximo governo assumir a responsabilidade”, completou.

Estado se destaca em energia renovável e planeja diversificação

Um dos destaques do Paraná nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU é a questão da energia. A maior parte vem de usinas hidrelétricas, consideradas pela ONU como energia renovável – as hidrelétricas paranaenses têm capacidade de gerar 10% da energia consumida em todo o Brasil. Mas há no Estado planos de fontes alternativas de energia, igualmente sustentáveis.

Um exemplo é a geração de energia a partir de painéis solares (fotovoltaica). Há um projeto que envolve a Solar Paraná GD Participações S.A e a Copel para gerar e comercializar energia elétrica por meio de usinas fotovoltaicas. O complexo contempla a implantação de seis usinas fotovoltaicas – com 5 megawatts (MW) de potência – no Município de Bandeirantes (norte do Paraná). Três delas já se encontram implantadas.

Outro exemplo é um trabalho conjunto entre Copel e CIBiogás, oriundo de projeto de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) Aneel. Trata-se da primeira usina do Brasil a produzir energia com biogás oriundo do tratamento dos dejetos de suínos e está em operação há quase dois anos em Entre Rios do Oeste (Oeste do Paraná). Com potência de 0,48 MW, a usina reúne 18 produtores rurais e tem potencial para transformar 215 toneladas de resíduos por dia em energia limpa.

Em termos de energia eólica, o Paraná foi pioneiro na região Sul. Desde 1994, a Copel tem o Projeto Ventar. Em 1999, foi construída a Usina Eólio-Elétrica de Palmas (sul do Paraná), composta por cinco aerogeradores de 500 kW cada, totalizando 2,5 MW de potência instalada. E há o projeto para a Usina Palmas II, com potência de 200 MW.

“Em termos de energia renovável, o Paraná supera todos os países”, diz a vice-presidente do Conselho Estadual de Desenvolvimento Econômico e Social do Paraná (Cedes), Keli Guimarães. A força do Paraná é reconhecida na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Segundo dados da Organização, 94% da energia consumida no Paraná vem de fontes renováveis. A média das regiões da OCDE fica em 41%.

Glossário e objetivos

ONU: Organização das Nações Unidas. Fundada em 1945, é uma organização intergovernamental criada para promover a cooperação internacional.

OCDE: Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Fundada em 1961 e composta por 38 países que se empenham em promover padrões internacionais para questões econômicas, financeiras, comerciais, sociais e também ambientais. No mundo, é a principal organização especializada em políticas públicas.

Cedes: Conselho Estadual de Desenvolvimento Econômico e Social do Paraná. Responsável por implantar a Agenda 2030 da ONU no Estado.

ODS: Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. É uma agenda para desenvolvimento sustentável, criada pela ONU. Foi assinada por 193 países, incluindo o Brasil. Ao todo, são 17 objetivos, para se atingir até o ano de 2030.

Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
Erradicação da pobreza
Fome zero e agricultura sustentável
Saúde e bem-estar
Educação de qualidade
Igualdade de gênero
Água potável e saneamento
Energia limpa e acessível
Trabalho decente e crescimento econômico
Indústria, inovação e infraestrutura
Redução das desigualdades
Cidades e comunidades sustentáveis
Consumo e produção responsáveis
Ação contra a mudança do clima
Vida na água
Vida terrestre
Paz, justiça e instituições eficazes
Parcerias e meios de implementação