Franklin de Freitas – Desabamento no Campo Comprido: prejuízo enorme

O desabamento de um prédio residencial em uma área nobre de Fortaleza, capital do Ceará, deixou pelo menos uma pessoa morta (outras nove seguem desaparecidas) e acabou se tornando a notícia detsa terça-feira (15). E embora episódios como esse, de tamanha gravidade, sejam raros no Paraná, por outro lado as ocorrências de desabamento estão longe de serem incomuns.

Segundo informações compiladas do Sistema Digital de Dados Operacionais do Corpo de Bombeiros do Paraná (SYSBM-CCB), desde 2014 foram registradas 810 ocorrências de desabamento em todo o estado, o que dá uma média de um registro a cada dois dias e meio, aproximadamente – ou ainda dois registros a cada cinco dias. Apenas em 2019, por exemplo, já foram 58 casos, sendo que, dentre todas as ocorrências de desabamento registradas neste ano no Paraná, duas tiveram destaque especial por parte da imprensa.

A primeira aconteceu em um conjunto residencial no bairro Campo Comprido, na noite do dia 07 de abril. O muro do imóvel desabou e caiu sobre 11 veículos que estavam estacionados no condomínio. Em seguida à queda do muro, que tinha aproximadamente dois metros de altura, alguns apartamentos sentiram tremores. Felizmente, ninguém ficou ferido, apesar do enorme dano material.

Já a ocorrência mais trágica foi registrada na manhã do dia 16 de maio, quando uma laje em construção no quinto andar de um Centro Universitário de Maringá, no norte do estado, caiu. Uma estudante de 21 anos acabou falecendo e outros dois homens que trabalhavam na obra, de 27 e 30 anos, ficaram feridos.

Alerta

O alerta se faz relevante especialmente porque o período entre a primavera e o verão é também o momento mais crítico com relação às chuvas, que se tornam mais frequentes e mais fortes nessa época. E no Paraná, uma grande parte das ocorrências de desabamento e destelhamento tem relação justamente com as condições climáticas – embora o fundamental a ser analisado seja, via de regra, a própria estrutura do imóvel.

Rachaduras, trincas em vigas ou estalos são alguns sinais de que uma obra ou edificação pode ter problemas e até desabar.No caso das trincas, é importante acompanhar o desenvolvimento da mesma, sendo preocupantes aquelas que atingem mais de dois milímetros e apresentam evolução rápida, em dias. O sinal mais grave, porém, seria o estalo na estrutura de alvenaria.

Já nos casos de obras com documentação em dia, mais recentes, são trêsos problemas mais frequentes: projeto ruim, má execução ou material de baixa qualidade. “Em geral, se tem uma falha só e as outras duas questões estão boas, o prédio pode até cair, mas o desabamento não é brusco nem catastrófico, e sempre dá sinais antes”, explica o professor de engenharia da Universidade de Brasília (UnB) Dickran Berberian.

Desabamentos no paraná
Ocorrências
2019* 58
2018 74
2017 105
2016 195
2015 180
2014 198
TOTAL 810

Mortes
2019* 1
2018 0
2017 2
2016 2
2015 0
2014 4
TOTAL 9

* Dados atè 15 horas do dia 15/10/2019