Final de ano. Época de festas, reunião com os amigos, dias de calor. Uma ótima pedida para uma cerveja ou até mesmo algo mais forte. Mas atenção: se for beber, o faça com moderação. Segundo informações do Ministério da Saúde, a cada 6 horas e 24 minutos uma pessoa morre no Paraná em decorrência do consumo inadequado de álcool. Além disso, a cada hora e meia uma pessoa é internada no Sistema Único de Saúde (SUS) por causa da droga.
Os dados, levantados pelo Bem Paraná com base nas informações disponibilizadas pelos Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) e Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, revelam que entre 2012 e 2016 (último ano com dados disponíveis sobre mortalidade) foram registrados 6.834 óbitos relacionados ao consumo de álcool, no estado, enquanto o total de internações chegou a 28.608. E isso tudo apenas no Paraná.
Com relação às mortes, a grande maioria dos casos (60,2%) é referente à doença alcoólica do fígado. Em seguida aparecem os casos de transtornos mentais e comportamentais devido ao uso da droga (38,7%) e, bem atrás, os casos de envenenamento acidental por exposição ao álcool (0,8%), de auto-intoxicação voluntária (0,2%) e de envenenamento alcoólico cuja intenção não pôde ser determinada (0,1%). 
Para efeito de comparação, entre 2012 e 2016 o álcool matou, no Paraná, mais que o dobro do que doenças como o HIV (vírus da imunodeficiência humana), que vitimou 3.076 pessoas no período, e quase 10 vezes mais do que outras drogas como cocaína, canabinóides, solventes voláteis e alucinógenos, responsáveis por 703 óbitos nesses cinco anos. 
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), não existe um nível seguro para o consumo de álcool. Ou seja, se a pessoa bebe, há risco de problemas de saúde. Por isso, para aqueles que não abrem mão de um happy hour, os especialistas alertam que o ideal é o consumo social, em pequenas quantidades, nos finais de semana e sem exageros. 
Em geral, o corpo leva cerca de uma hora para degradar 10 milílitros de bebida alcoólica, mas outros fatores, como o peso, sexo, idade, metabolismo, quantidade de alimentos ingeridos com a bebida, o tipo e a dose do drink podem fazer esse tempo de degradação do álcool variar.

Metade dos dependentes que fazem tratamento se recuperam
No início o efeito é agradável. Você quer mais. Aos poucos, o corpo cria resistência e exige doses cada vez maiores para repetir a sensação de bem estar. É assim que se instala a doença do alcoolismo, que afeta 3% da população brasileira.
Segundo o Centro de Informações sobre Saúde e Álcool, entre 50 e 60% dos pacientes com dependência tornam-se abstinentes ou têm melhora substancial após 1 ano de tratamento, que em sua maioria buscam como meta a abstin~encia, com poucas abordagens favorecendo o comportamento de beber controladamente. Isso acontece porque, menos de 10% dos pacientes com dependência alcoólica desenvolvem longos períodos de uso não problemático. 

Flagrantes de consumo de drogas crescem mais de 18% no Estado e Capital
Para além dos problemas causados pelo consumo inadequado de álcool, o Paraná (e Curitiba) também encaram uma crescente dos problemas relacionados ao consumo de outras drogas. 
Em todo o Paraná, por exemplo, as forças policiais registraram 8.550 ocorrências de uso/consumo de drogas entre janeiro e junho deste ano, com uma média de 48 registros por dia (ou ainda um caso a cada 30 minutos). Na comparação com 2017, houve crescimento de 18,8%. Em Curitiba, o número de flagrantes nesse mesmo período cresceu em proporção parecida, com alta de 18,4%. No 1º semestre deste ano foram 1.888 ocorrências, enquanto no mesmo período do ano passado haviam sido 1.595.

O abuso de álcool no paraná

Mortes relacionadas ao consumo de álcool

2016

1.268

2015

1.333

2014

1.434

2013

1.422

2012

1.377

Internações por transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de álcool

2016

5.157

2015

5.433

2014

5.250

2013

5.952

2012

6.816

 

Fonte: Ministério da Saúde – Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) e Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM)