Franklin de Freitas

Apesar do aumento do número de mortos e de pessoas contaminadas pelo coronavírus no Paraná, o paranaense tem ‘relaxado’ no isolamento social. Os dados são do Índice de Isolamento Social, criado pela empresa In Loco para medir por meio de dados de localização do celular, se as pessoas têm ou não ficado em casa.

No dia 15 de março, o índice mostrava que 50% dos paranaenses estavam em isolamento social. Os número revelam um aumento gradativo até o dia 22 de março, quanto 71, 95% dos paranaenses estavam em isolamento para depois voltarem a recuar, passando a 55% em 23 de março, subir para 66% em 29 de março e despencarem para 53% em 4 de abril – data da  última medição do estudo .

As medições foram iniciadas em janeiro deste ano a mesma curva ascendente na média nacional a partir do dia 13 de março, quando o índice estava em 50%, passando a 69,6%, em 22 de março, pico do isolamento social no Brasil. No entanto, a partir desta data o índice voltou a cair e ficou em 62,3% no dia 4 de abril, data da última medição.

Os dados, mensurados por estado, apontam que o isolamento social no Paraná esta um pouco acima da média nacional, mas ocupa o sétimo lugar no ranking por estados. No dia 5 de abril estava em 63,2%, conforme os dados da plataforma.  Na mesma data, o estado de Goiás, com 66,04%, era o que apresentava o maior número de adeptos da ideia do isolamento como a forma mais acertada, no momento, para se evitar o aumento dos casos do coronavírus nos hospitais. Em seguida estavam Rio Grande do Sul (65,80%), Distrito Federal (65,42%), Santa Catarina (64,84%), Espírito Santo (64,19%), Pernambuco (63,42%) e Ceará (63,41%).

Na outra ponta, o estado com o menor índice de isolamento social é Tocantins (56, 07%), seguindo por Roraima (57,02%), Rondônia (57,55%), Mato Grosso do Sul (58,77%) e Mato Grosso (58,83%).

A empresa atua no setor de segurança da informação e anti-fraude e usou a tecnologia de localização para colocar à disposição de órgãos públicos e autoridades no combate à disseminação do coronavírus ou Covid-19. A partir de uma base de dados com mais de 60 milhões de dispositivos móveis em todo o Brasil, a empresa criou o Índice de Isolamento Social. Inédito, permite mapear a movimentação de pessoas dentro de regiões específicas e medir quais apontam maior distanciamento social, porém respeitando a privacidade de cada usuário. 

 

“Com a nossa tecnologia, podemos ajudar no combate à disseminação do coronavírus. De forma criptografada e agregada, sem dados que possam identificar diretamente um usuário específico, nosso levantamento permite que os órgãos responsáveis atuem diretamente nas áreas de risco ou mais afetadas pelo vírus”, explica André Ferraz, CEO da In Loco.

 

Com uma tecnologia 30 vezes mais precisa que o GPS, a unidade de software da In Loco é integrada em aplicativos de parceiros para fins de segurança, autenticação e contagem de visitas a estabelecimentos. A única informação coletada dos dispositivos móveis é a sua localidade.

 

Para compor o Índice de Isolamento Social, essas informações são criptografadas e agregadas por bairro, tornando-se dados estatísticos que preservam a privacidade das pessoas. Feito isso, os dados passam a indicar a movimentação desse grupo de pessoas dentro dos bairros. Desta forma, um baixo percentual de isolamento representa um grande número de pessoas entrando ou saindo de determinado bairro ou região.

 

 

Parcerias

A companhia tem disponibilizado os dados estatísticos, de forma gratuita, para órgãos públicos de todo o Brasil – já fecharam parceria os governos estaduais de Minas Gerais, Santa Catarina, Amazonas, Alagoas, Pará, Paraíba, e a prefeitura do Recife. Os dados permitem intensificar as ações de conscientização para a população. 

 

Por meio do Índice, os governos conseguem otimizar o trabalho e enviar carros de som para alertar sobre a importância do distanciamento social e orientar as pessoas sobre os cuidados de higiene necessários para combater a Covid-19. A tecnologia permite também enviar alertas por notificação push via aplicativos do próprio governo, como os de transporte público, por exemplo.

 

Privacidade e segurança

A tecnologia da In Loco foi desenvolvida para respeitar a privacidade das pessoas. Isso significa que a empresa não consegue identificar diretamente os usuários dos smartphones mapeados. “A única informação coletada é a localidade do aparelho, por meio de sensores presentes nos smartphones, como Wi-Fi, Bluetooth, GPS, entre outros. Portanto, não temos acesso aos dados de identificação civil como nome, RG, CPF e endereço de e-mail, por exemplo”, explica Ferraz. 

 

No caso do Índice de Isolamento Social, os relatórios enviados para os órgãos públicos e autoridades contém apenas dados cartográficos e estatísticos. Neles é possível ver o percentual de pessoas que não se deslocaram de seus bairros. Todos os dados coletados são agregados e pseudomizados.

 

Além disso, para os governos que estão embarcando o SDK (software development kit)da In Loco em seus aplicativos, uma mensagem é exibida no app para cada usuário, dando a eles a opção de compartilhar ou não sua localização. A mensagem informa que o dado será utilizado exclusivamente para o combate à disseminação do coronavírus. A empresa está se comprometendo publicamente a deletar os dados dos índices de isolamento após o término da pandemia.

 

Toda a captação de dados segue as recomendações da Lei Geral de Proteção de Dados, do Marco Civil da Internet e de outras regulações vigentes no momento.

 

Próximos passos 

A In Loco está trabalhando na construção de outras soluções para ajudar a conter a crise do COVID-19. Uma delas é o mapeamento de aglomerações. Já é possível identificar quando um grande número de pessoas se reúne em determinada localização. Essa informação pode contribuir para intensificação de medidas de dispersão.