Reeleito com 1.326.075 votos (77,3% dos válidos), o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB), afirmou que o resultado “consolida e chancela a vitória contra a corrupção, o crime organizado e a sonegação de impostos”. O segundo colocado, Sérgio Vidigal (PDT), obteve 372.677 votos (21,72%) – até as 21 horas, 99,95% das urnas tinham sido apuradas.


Candidato da Coligação “Unidade Capixaba” (PTB / PMDB / PFL / PSDB) com o apoio informal do PT, que não teve candidato, Hartung afirmou que a “prioridade absoluta” de seu segundo mandato será a educação. Ele disse que vai procurar o próximo presidente da República para enfrentar “desafios” nas áreas da saúde e da segurança pública – durante o governo, enfrentou uma série rebeliões em presídios e ataques a ônibus. “Se São Paulo viveu nos últimos meses o que nós assistimos, nenhum Estado isolado vai conseguir resolver sozinho”, declarou.


Ele afirmou que pretende manter o que chamou de “costura sólida” com os partidos que o apoiaram. “São Paulo pode errar, Minas pode errar. Quem tem uma população de 3,3 milhões e uma bancada de dez deputados federais como a nossa, não pode errar. Se o desafio é monumental, não adianta ir sozinho cheio de boas idéias.”


Economista formado pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), o governador afirma ter saneado as contas do Estado, após uma década de déficit. Hartung foi líder estudantil durante a ditadura e militante do Partido Comunista Brasileiro. Elegeu-se duas vezes deputado estadual, deputado federal, prefeito de Vitória e Senador.


PRISÕES – Hoje, 120 pessoas foram detidas em flagrante pela Polícia Militar sob acusação de fazer campanha de boca-de-urna e distribuir panfletos de candidatos. Cinco mil policiais foram distribuídos pelos 78 municípios capixabas para fiscalizar o processo eleitoral.


Entre os presos, o candidato a deputado federal Antônio Olímpio Magalhães (PRTB) e os candidatos a deputado estadual Brice Bragatto (PSOL) e Roberto Carlos (PT). Levados para a Superintendência da Polícia Federal, eles foram liberados após a assinatura de um termo circunstanciado. Os três negaram que estivessem fazendo boca-de-urna, sob a alegação de que apenas cumprimentavam eleitores. Agora, responderão pelas acusações na Justiça Eleitoral.