A organização criminosa investigada por fraudar a Previdência Social é apontada como responsável por causar prejuízo de R$ 1,1 milhão aos cofres públicos por solicitar ilegalmente auxílio-doença. Mas, segundo a Coordenação-Geral de Inteligência Previdenciária da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, após a análise da documentação apreendida na operação realizada nesta terça-feira (2), esse valor pode chegar a R$ 3,3 milhões.

“O valor de R$ 1,1 milhão é o que apuramos até agora, descobrimos casos de pedidos feitos em 2016. No entanto, sabemos que esse valor vai aumentar”, explicou Marcelo Henrique de Ávila, coordenador geral de Inteligência Previdenciária da PF.

A Polícia Federal (PF) cumpriu sete mandados de busca e apreensão em Londrina, no norte do Paraná. Dois foram cumpridos contra escritórios de advocacia e um em uma clínica médica. Ninguém foi preso. São investigadas 12 pessoas suspeitas de participar da organização.

De acordo com as investigações, a organização criminosa praticava o golpe fornecendo atestados médicos ideologicamente falsos, ou seja, o documento era emitido por um profissional, no entanto a doença era falsa.

Os criminosos se aproveitavam de uma Ação Civil Pública (ACP), aprovada desde 2013, que dispensa perícia médica oficial caso a fila de espera ultrapassava os 45 dias. O INSS então deveria aprovar ou renovar o auxílio-doença a partir da apresentação de um atestado médico particular.

As investigações começaram em 2017 após o recebimento de denúncias. Ao longo da apuração, foram descobertos casos de pessoas recebendo benefício ao mesmo tempo que exerciam atividades informais. Segundo o delegado Felipe Bazzo, no período que recebiam o benefício, essas pessoas ficavam afastadas dos empregos formais.