Com todas as atas eleitorais apuradas o segundo turno presidencial no Peru, o candidato esquerdista Pedro Castillo segue à frente de Keiko Fujimori, de direita. No entanto, a judicialização da eleição ganhou contornos ao longo do dia, com uma série de questionamentos partindo sobretudo do Força Popular, partido de Keiko.

Às 22h08 (horário de Brasília) Castillo aparecia com vantagem de cerca de 63 mil votos, com 99,339% das atas eleitorais contabilizadas, informa o órgão oficial eleitoral do país (Onpe). O esquerdista tinha 50,180% dos votos, e Keiko 49,820%.

Depois dos questionamentos de 802 postos eleitorais por parte do Força Popular, o Peru Livre, partido de Castillo, fez acusações contra 209 locais de votação, de acordo com o jornal El Comércio.

Hoje, Keiko celebrou a manifestação de um grupo de ex-presidentes ibero-americanos que pediu para que o final do resultado eleitoral seja anunciado antes que alguém se declare eleito, tendo em vista as impugnações. Entre os 22 antigos chefes de Estado, está o ex-presidente argentino Maurício Macri.

Já o atual ocupante do cargo, Alberto Fernández, se manifestou hoje favoravelmente a Castillo, a quem chamou de presidente eleito. Em seu Twitter, o argentino afirmou ter se comunicado com o sindicalista, indicando que celebra que “o querido povo peruano enfrente o futuro em democracia e com solidez institucional”.

Segundo o jornal El Comércio, o atual presidente do Peru, Francisco Sagasti, afirmou hoje que, segundo o relatório das instituições responsáveis pelo processo eleitoral do segundo turno, este foi realizado de forma “ordeira, serena e sem contratempo que justifica usar uma palavra tão grande quanto fraude”.

A Organização dos Estados Americanos (OEA) parabenizou o Peru pela disputa em segundo turno, que a entidade considerou “transparente”, segundo o chefe da missão da OEA, Rubén Ramírez. Amanhã, Sagasti deverá se reunir com representantes da entidade.