A África pode ser a nova fronteira de crescimento no mundo, mas o continente ainda enfrenta flutuação de preços de commoditities, desigualdade crescente e desemprego de jovens.

Na última década, seis das dez maiores economias mundiais estavam na África, segundo o Banco Mundial, que diz que recentemente quase a metade do continente tinha atingido o nível de receita de ‘classe média’. Apesar disso, ainda há muita pobreza e desigualdade em muitas partes do continente, disse o presidente da África do Sul, Jacob Zuma, no Forum Forbes de 2013.

Recursos naturais e abundantes e aumento do poder de uma classe média emergente são chaves para o crescimento, alavancando o desenvolvimento econômico sustentável. Zuma disse que a classe média Sul Africana pode ser a principal solução para os desafios que o continente está enfrentando atualmente.

Pesquisas apontadas pelo McKinsey Global Institute definiram a classe média como sendo lares com receita anual igual ou superior a US$20 mil. Os dados compilados pelo Banco Mundial e o Banco de Desenvolvimento Africano mostram que 350 milhões de pessoas pertencem à classe média, de um total de 875 milhões.

Países que estão entre as maiores populações de classe média são a África do Sul, Kenya, Ghana e Angola. O crescimento demonstra que estamos fazendo progresso e melhorando a qualidade de vida, estendendo oportunidades para aqueles que foram oprimidos há 19 anos, antes da chegada da liberdade, diz Zuma, referindo-se à África do Sul.

Uma pesquisa feita pelo Instituto Unilever de Marketing Estratégico da Universidade da Cidade do Cabo estima que a classe média negra mais que dobrou nos últimos oito anos, de 1.7 milhões de sul africanos em 2004 para aproximadamente 4.2 milhões em 2012.

Zuma afirma que o crescimento da classe media é boa para a África, pois significa o aumento da população com mais capacitação, o que ajuda a melhorar a economia.

A infraestrutura também tem um papel importante no crescimento econômico do continente: O desenvolvimento de infraestrutura diminui os custos de transporte e assegura que as pessoas, produtos e serviços sejam mais efetivos e eficientes, comenta Zuma. Estradas, pontes, ferrovias, plantas de energia e transportes aquaviários são importantes artérias para essa melhora na economia.

Essa foi a razão pela qual a União Africana adotou o Programa para Infraestrutura e Desenvolvimento na África. Para Zuma, há uma dificuldade de calcular com precisão os custos de implementação em longo prazo desses projetos, sendo que a estimativa de gastos é de US$360 bilhões até 2040. Queremos encorajar o setor privado a se envolver mais no desenvolvimento da infraestrutura no continente. Os benefícios são inúmeros. Estabelecer conexões estratégicas entre empresas africanas e internações será crucial para transferência de conhecimento e tecnologia, finaliza Zuma.