SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Domingo (17) é dia de Plantio Global, uma ação colaborativa e comunitária para promover a recuperação do verde através da implantação de árvores nativas e sensibilizar a população sobre a necessidade de reflorestar as cidades e proteger suas abelhas. O evento está em seu terceiro ano e terá paralelos no Japão, na Itália e em Portugal.


Indispensáveis para a alimentação humana, pois polinizam uma grande parte de todas as frutas e legumes e contribuem para a biodiversidade, as abelhas estão em sério declínio. Desmatamento, monocultura extensiva e uso massivo de agrotóxicos estão entre as causas.


Na última edição do Plantio Global, em 2018, participaram mais de 500 voluntários em São Paulo, segundo Sérgio Shigeeda, conselheiro do Conselho do Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Cultura da Paz da Vila Mariana e membro do Comitê de Arborização da cidade de São Paulo. Em São Paulo, o polo principal será na av. Dr. Dante Pazzanese, perto do Instituto Biológico, das 9h às 14h.


Ali serão plantadas 85 árvores e mais arbustos e forrações atrativas aos insetos polinizadores, para adensar o já criado Corredor Verde para Polinizadores (CVP), entre o Instituto Biológico e o Parque Ibirapuera, iniciado em 2017.


Além do plantio, a atividade quer fomentar a discussão sobre a mudança de padrões urbanos em direção a uma ideia mais sustentável de cidade. “Teremos oficinas sobre abelhas, orquídeas, pancs e compostagens caseiras, entre outros temas”, diz Shigeeda.


O movimento espera difundir os objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU, prega a responsabilidade com a manutenção das árvores plantadas e espera engajar as pessoas que nunca plantaram ou que plantam sozinhas .Na Horta das Corujas também haverá atividade ligada ao Plantio Global.


Na Horta das Corujas também haverá atividade ligada ao Plantio Global.


As cidades de Cotia e Carapicuíba também participam. Serão plantadas espécies floríferas, frutíferas e melíferas nativas de Mata Atlântica para formar o primeiro Corredor Verde de Polinização na região.


A construção de corredores de polinização e outras formas de incentivo à criação de abelhas em território urbano tem crescido em várias cidades, como forma de reverter a situação de declínio da população desses animais no planeta e promover a agricultura urbana. Uma das mais conhecidas iniciativas é a de Oslo, Noruega, capital verde da Europa. No bairro de Vulkan, na orla, há colmeias nos telhados dos edifícios, com produção significativa de mel, e a indústria do turismo se beneficia da iniciativa ecológica.


Na Alemanha, onde metade de cerca de 570 espécies de abelhas silvestres está ameaçada de extinção, o governo tem um projeto de ação para proteção dos insetos, que busca normas mais rigorosas para a utilização de pesticidas.


Para divulgar e engajar as pessoas nessa causa, desde 2016, há um apiário no pátio interno do Parlamento Federal, com três colmeias que produzem anualmente de 80 a 100 quilos de mel. Os lucros das vendas são revertidos para projetos de proteção das abelhas.


Em 2018, o país aderiu à resolução da União Europeia de proibir na lavoura a céu aberto o emprego de pesticidas do grupo dos neonicotinóides, nocivo às abelhas. Além disso, não é permitido utilizar na Alemanha sementes de cereais que tenham sido tratadas com este grupo de agrotóxicos. Há um plano de banir definitivamente o glifosato das lavouras.