Franklin de Freitas – A Ben.Café foi um dos 665 negócios de Curitiba ajudados pela iniciativa

Neste período de isolamento social, os pequenos negócios de bairro acabaram sendo os mais afetados. Por isso, o movimento para favorecer o negócio da rua ou do bairro, como forma de ativar a economia local e que já vinha ganhando corpo, principalmente nas redes sociais, ganhou maior importância. De olho nesta tendência, a fintech Stone criou a plataforma Compre Local em junho e, em apenas um mês de funcionamento aproximadamente 30 mil pequenas empresas se cadastraram em todo o País e já estão anunciando e vendendo de forma digital e regional. No Paraná esse número foi de 2.101 estabelecimentos, sendo 665 apenas em Curitiba.

E foi essa plataforma a salvação do faturamento da cafeteria de Bruno Gomes Borges. A Ben.Café, que fica na Praça General Osório, 225, no Centro, é um pequeno negócio familiar, que depende muito do movimento da rua. “No nosso negócio, 65% do faturamento vem da venda de bebidas, mas com a ajuda do dessa plataforma conseguimos ter um bom retorno e manter o contato com nossos clientes, mesmo quando precisamos ficar fechados”, disse.

Nesta pandemia da Covid-19, a Stone ,que é uma fintech de serviços financeiros e de pagamentos, tem feito diversas ações para estimular o movimento “Compre local, cuide de um pequeno negócio”. Em parceria com a Collact, programa de fidelidade, a iniciativa tem como objetivo fazer com que o consumidor localize e compre dos pequenos estabelecimentos do seu bairro, de forma fácil e rápida, em todas as regiões do país.

Pela plataforma, os empreendedores conseguem realizar vendas via whatsapp, por exemplo. E, de acordo com o Borges, esse meio tem respondido por cerca de 90% das vendas da cafeteria neste período. Ele revela ainda que através do programa também ‘repensou’ alguns produtos e criaram um cardápio espercol para o delivery. “Nós fazemos os nossos salgados e o pão também que é de fermentação natural”, conta. “Como muita gente pediu começamos a vender eles congelados, em embalagens maiores, e isso pretendemos manter no negócio”, afirma.

Ajuda de plataforma fez loja de cookies vender até mais
Outro negócio de Curitiba que aprovou a plataforma é a Cookie Store, na Moises Marcondes, 429, Juvevê. “Uma das vantagens dessa plataforma é que ela permite que você divulgue o seu delivery próprio”, conta a sócia proprietária, Rafaela Camargo. “E isso é muito bom porque você não fica dependente dos aplicativos,” diz.
A venda de mais produtos embalados é uma das mudanças feitas neste período de pandemia que Rafaela disse que pretende manter no negócio.
Com essas estratégias e vendas direcionadas ao público que já era fiel, tanto Borges quanto Rafaela não precisaram dispensar nenhum dos funcionários. “Nós temos seis funcionários que estão conseguindo dar conta da demanda e nos de mantê-los”, disse Borges.
Já Rafaela disse que, no primeiro mês, precisaram recorrer à ajuda do governo, para o pagamento dos funcionários. “Mas agora estamos conseguindo manter a loja e em maio deste ano tivemos vendas maiores as do ano passado”, comemora.
Estabelecimentos como os de Borges e Rafael, do setor de alimentação e restaurantes, representam 52,15% dos cadastros no Compre Local. No ranking dos segmentos mais cadastrados, moda está em segundo lugar, com 11,39% seguido pelo setor de beleza, com 7,89%. A ferramenta é gratuita e pode ser acessada por todos os estabelecimentos comerciais e consumidores, por meio do site ou aplicativo para celular. Os lojistas autônomos, que não possuem CNPJ, também podem se inscrever utilizando apenas o CPF.
Augusto Lins, presidente da Stone, ressalta que a iniciativa foi desenvolvida para dar uma solução rápida para um dos maiores obstáculos dos pequenos negócios nessa crise: a digitalização.
Ele explica que perceberam que muitos comerciantes locais não tinham um sistema de vendas e entregas por canais digitais. “Por isso, buscamos contribuir para a digitalização das PME’s com uma plataforma que oferece ferramentas que possibilitam anunciar e vender nas redes sociais, como Instagram, Facebook e WhatsApp”, explica.

Venda é integrada com redes sociais
Os lojistas podem anunciar seus produtos e serviços sem custo e, as vendas pela plataforma são simples, fáceis e rápidas. Os anúncios, os pedidos e os pagamentos podem ser efetuados de forma integrada pelo Facebook ou WhatsApp, aplicativos de delivery ou até mesmo pelo perfil do Instagram da loja ou do vendedor autônomo. “Mais de 80% dos comerciantes dão preferência às vendas pelo aplicativo de mensagens, porque os apps de delivery cobram taxa de serviço, dinheiro que faz muita falta nesse momento de crise”, comenta Lins.
O movimento “Compre local, cuide de um pequeno negócio” é mais uma iniciativa da Stone, que no início da crise anunciou R$ 30 milhões em iniciativas, como isenção de mensalidade e redução de taxas, e adicionais R$ 100 milhões em microcrédito para os donos de negócios mais atingidos com a crise causada pela pandemia do coronavírus.
A fintech também firmou parcerias com a mLabs, focada em gerenciamento de redes sociais, com a MVarandas Tecnologia, especializada em soluções para a gestão de food service e com o Delivery Much, aplicativo de delivery em cidades de pequeno e médio porte.
Também foram criadas diversas campanhas, como a “Apoie um Restaurante”, em parceria com a Ambev, e “Beleza Amiga”, com a L’Óreal e Trinks, e ainda ferramentas para auxiliar o pequeno empreendedor na gestão do negócio.
O consumidor pode encontrar os estabelecimentos e restaurantes do seu bairro no site da iniciativa http://comprelocal.stone.com.br/ ou pelo aplicativo Compre Local, disponível nas lojas de app do Android e do iOS.
Vale ressaltar que as micro e pequenas empresas representam 27% do PIB nacional e empregam 52% dos empregados com carteira assinada do país. Também respondem por 44% da massa salarial dos brasileiros. Quanto mais saudáveis estiverem os pequenos, mais sólida estará a economia.

Quer ajudar o negócio local? Veja como

Faça uma lista do seu consumo de diário e priorize o que pode ser comprado na sua região;
Peça comida em restaurantes e lanchonetes locais;
Compre no mercadinho da esquina;
Incentive empresas parceiras do pequeno negócio, como a Stone;
Compre ou presenteie com vouchers de salões de beleza da região;
Encomende ao seu cabeleireiro kits de cuidado e embelezamento;
Fale com a vendedora da loja de roupas pelo WhatsApp e experimente os modelos em casa;
Divida as compras. Faça encomendas no mercado, mas deixe para pedir o pão na padaria e a carne no açougue da rua;
Se você já compra no bairro, não mude seus hábitos