SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A Polícia Militar de Pernambuco disse precisou usar cassetetes contra torcedores do Sport que comemoravam o título do campeonato estadual, neste domingo (21), porque os torcedores “estavam cantando gritos de guerra da torcida” na arquibancada da Ilha do Retiro.


Em um vídeo que circula nas redes sociais, um grupo de torcedores se aproxima do alambrado do estádio para celebrar o título conquistado contra o Náutico junto com jogadores, quando policiais se aproximam, agredindo-os com cassetetes, alguns pelas costas. No momento, integrantes da torcida Jovem do Sport entoavam um cântico ofensivo contra os rivais alvirrubros, chamando-os de Barbie.


Em uma mensagem enviada à reportagem, a assessoria de imprensa da PM pernambucana afirmou que entoar gritos de guerra da torcida estaria “proibido por lei” no Estado. Ao ser instada a especificar qual legislação vetaria as músicas, a PM fez uma retificação.


“Há uma decisão da Justiça Estadual que impede o acesso da Torcida Jovem, como tal, aos estádios de futebol. Eles não podem entrar com vestimentas, materiais ou qualquer símbolo, assim como manifestações que remetam à Torcida”, afirmou a corporação.


Procurada, a Torcida Jovem afirmou que não canta nos estádios canções que citem o nome da torcida, por saber da proibição. Na ocasião flagrada no vídeo, os torcedores entoavam um cântico de cunho homofóbico, com letra que parodia “Preta” de Beto Barbosa. A letra diz:


“Barbie, fala pra mim. Fala porque você correu de mim. No chiqueirão! Diga o que será, se sua bandeira não voltar. Sumiu bambu e também sua bateria. Fanáutico é tão pequenininha.”


Segundo Bruno Hildebrando, a música é cantada frequentemente em clássicos contra o Náutico, sem que a polícia intervenha. “O que eles fizeram foi tentar tirar o pessoal de perto do alambrado”, afirma o torcedor, diretor de comunicação da organizada.


Em janeiro, a polícia pernambucana chamou a atenção ao jogar spray de pimenta em torcedores que comemoravam um gol pendurados no alambrado. Desde então, os rubro-negros têm evitado subir na estrutura que separa campo de arquibancada.


Segundo a PM, torcedores jogaram cerveja e latas nos policiais durante a final do Estadual, o que teria forçado o Batalhão de Choque a dispersar o grupo. Mas, de acordo com o diretor da Jovem, isso só aconteceu depois da ação dos policiais, que usaram o cassetete na comemoração do título.