O PMDB, liderado pelo senador Roberto Requião, vai coordenar a campanha da presidente Dilma Rousseff (PT) no Paraná. Depois de uma disputa com os petistas do Estado e com os partidos da coligação da senadora e ex-candidata ao governo Gleisi Hoffmann (PT) , os peemedebistas conseguiram a coordenação da campanha presidencial no segundo turno. O deputado estadual eleito Maurício Requião Filho (PMDB) e o deputado federal reeleito João Arruda (PMDB) participaram de uma reunião entre os partidos e declararam apoio à campanha com a condição de assumirem a coordenação em Curitiba e região. Requião, segundo lugar na disputa ao governo do Estado vencida no primeiro turno pelo governador reeleito Beto Richa (PSDB), deve coordenar a campanha estadual do PT ao lado do deputado federal Doutor Rosinha (PT) e da senadora Gleisi Hoffmann. 

A primeira reunião suprapartidária realizada pelo Diretório Estadual do PT para organização da campanha da presidenta Dilma no Estado foi marcada pela imposição do PMDB em assumir a campanha. O número de votos conquistados no primeiro turno foi decisivo para que o PT cedesse o controle da coordenação. Requião fez 1.634.316 votos, ou 27,56% para o governo, contra apenas 881.857 votos ou 14,87% de Gleisi . Além do PMDB, estiveram na reunião dirigentes estaduais do PDT, PCdoB, PRB e PTN, além de deputados, prefeitos, vices, vereadores, ex-candidatos da coligação da senadora Gleisi Hoffmann (PT) ao governo, Paraná Olhando Pra Frente e lideranças sindicais.
Maurício Requião Filho – filho do senador – afirma que o número de votos dos candidatos do PMDB no primeiro turno e a maior bancada eleita na Assembleia foram os argumentos que convenceram o PT a ceder. Coordenar a campanha significa organizar comitês, distribuir cargos de liderança e funcionários. Vamos votar na Dilma, mas pra gente fazer campanha, temos que ter condições. Estamos todos saindo de uma campanha agora, infelizmente não deu segundo turno, está todo mundo fechando as contas, temos que encerrar os comitês. Precisamos de condições para o trabalho, alegou. Ninguém está falando em dinheiro. Só que o PMDB do Paraná fez oito deputados, eles (o PT) fizeram três. Fizemos muito mais votos do que eles em Curitiba e região, que é onde eles estão muito mal; então é uma parceria, mas queremos estar na cabeça da parceria, impõe.
Desafio – A estratégia do PMDB é diminuir a diferença de votos entre Dilma e Aécio Neves no Paraná. Para João Arruda – sobrinho do senador – será difícil reverter o quadro eleitoral de Aécio no Estado. O desafio é muito grande, acho que o Aécio vai ganhar a eleição no Paraná. A ideia nossa é diminuir a diferença, admite. Requião tem força em Curitiba e região metropolitana, já chegou a ficar na frente do atual governador, principalmente em Curitiba, e naregião metropolitana terminou na frente em alguns municípios, com o Vale da Ribeira, e agora aproveitar do prestígio eleitoral que ele tem em alguns municípios e tentar reverter o quadro e fazer com que a diferença diminua, avalia.
Setoriais – A vice-prefeita de Curitiba, Mirian Gonçalves (PT) também participou da reunião de ontem e deve coordenar parte da campanha em Curitiba e região, mas com papel limitado à relação com centrais sindicais e movimentos sociais. A coordenação do PT em Curitiba ficará a meu cargo e do Tadeu Veneri (deputado estadual reeleito), e saíram várias outras (coordenações), setoriais, de sindicatos, de Sem Terra, outros movimentos sociais, organiza. Diferente do primeiro turno, as maiores centrais sindicais do Paraná se posicionaram claramente a favor da campanha de Dilma no Paraná. CUT, CTB, Força Sindical, NCST, CGTB declararam apoio incondicional e apenas a UGT negou apoio.