Divulgação – Ratinho Jr (centro) com o vice Piana (esquerda) e Oriovisto para Senado

A aliança entre Podemos do senador e presidenciável Alvaro Dias e o PSD do deputado estadual Ratinho Junior, candidato ao governo do Estado, vista pelo PDT como causa da desistência do ex-senador Osmar Dias (PDT) da corrida pelo Palácio Iguaçu, foi consolidada ontem. No domingo, último dia do prazo para o fechamento das atas das coligações partidárias, o PSD anunciou apoio ao empresário Oriovisto Guimarães (PODE) como candidato ao Senado na chapa de Ratinho Jr, mas sem que fosse oficializada a coligação. Ontem, no entanto, o apoio foi consolidado. 

Tecnicamente, a inclusão do Podemos na aliança beneficia Oriovisto diretamente com tempo de TV e rádio no programa eleitoral para o Senado. Se for mantido com o candidato único de Ratinho Jr na coligação ficaria com aproximadamente 3,5 minutos no programa, que tem 7 minutos. O PSC, que também integra a coligação, luta para manter seu candidato, Renan da Mata, ligado ao presidente estadual da legenda, pastor Hidekazu Takayama.

Para Ratinho Jr, a aliança não altera o tempo de TV e rádio, já que o cálculo é feito com base apenas nos tempos que os seis maiores partidos da coligação tem disponíveis. O espaço é concedido com base no número de deputados federais que cada partido tem na Câmara Federal. O Podemos, com quatro deputados, não entra no cálculo que conta apenas PSD (34,2 segundos), PSC (12,35), PRB (19,95), PR (32,3), PPS (9,5) e PV (7,6). Somando aos 8,25 segundos distribuídos igualitariamente entre os candidatos, Ratinho Jr teria 2 minutos 4 segundos de tempo por programa eleitoral de 9 minutos. Os demais integrantes da chapa, PHS, com 4,75 segundos, Podemos, com 3,8, e Avante, com 1,9, não entram no cálculo.

O presidente do Podemos no Paraná, Augustinho Zuchi, afirma que a aliança coloca Oriovisto, fundador do Grupo Positivo, entre os candidatos considerados mais competitivos, ao lado do senador Roberto Requião (MDB) e do ex-governador Beto Richa (PSDB). “Aumenta o tempo de TV, faz a coligação na majoritária e como os partidos da coligação tem muito mais tempo de TV (do que se fosse sozinho)”, confirma.

Influência – Zuchi, que também é ligado a Osmar Dias, também confirma que a desistência do ex-senador foi crucial para o êxito da aliança PSD/PODE. “Após a desistência do Osmar, acabou tendo (influência). Só com o Podemos teríamos muita dificuldade, tanto para o Senado quanto na chapa para estadual e federal. Foi uma decisão da Executiva do partido. A convenção delegou para a Executiva”, afirma.

O presidente do Podemos, no entanto, não entra no mérito dos motivos reais que teriam levado Osmar a desistir de concorrer nas eleições deste ano. “As razões que levaram Osmar a desistir são muitas outras. Não vou entrar no mérito. Ele já justificou sua opção pessoal em correspondência”, disse.

No sábado, durante a convenção do Podemos, Alvaro negou “traição” a seu irmão. “Essa decisão foi pessoal dele, eu tenho que respeitar. A política é esse mundo conturbado e de muita sujeira. Ele é um irmão que admiro, respeito, apoiaria em qualquer circunstância e ele sabe disso”, afirmou. Também na convenção, ele negou que faria coligação com Ratinho Jr. “Não haverá coligação do Podemos com nenhum candidato ao governo do Paraná”, afirmou. No dia seguinte, entretanto, a legenda confirmou a coligação com o PSD.

Na coligação, Oriovisto terá o ex-presidente da Câmara de Curitiba, Paulo Salamuni (PV), como suplente. Para deputado federal, a coligação do “chapão” é mantida com PSD, PSC, Podemos e outros. Já na proporcional para deputado estadual o Podemos mantem-se sozinho na disputa. O partido não confirmou o número de candidatos a deputados.