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A Polícia Civil de Goiás (PCGO) abriu um inquérito para investigar um comentário feito no Facebook, no qual um usuário da rede social convoca outras pessoas para fomar um "grupo de extermínio de gays". A postagem foi feita numa transmissão ao vivo do jornal goiano O Popular.

"Agora com a vitória do nosso mito Bolsonaro vamos lutar pela família brasileira e pôr fim nesses filhos do demônio", escreveu o internauta, que incluiu ainda um número de telefone para quem quisesse entrar em contato via WhatsApp.

Segundo informações do jornal Correio Braziliense, a delegada Sabrina Leles Lima Miranda, da Delegacia Estadual de Represão a Crimes Cibernéticos (DERCC), é quem está tocando o caso. A pessoa que postou o comentário já foi identificada e prestou depoimento ontem (29 de outubro), em Goiânia. 

A mulher, que se apresentou voluntariamente na delegacia, negou que o perfil seja dela, alegando que apenas utilizaram seu nomee e foto para criar uma página falsa na rede social. Ela também está pedindo a investigação do caso, inclusive para poder provar sua inocência.

Pelo menos nove denúncias já foram encaminhados por cidadãos ao Ministério Público (MP) goiano e serão distribuídas a um promotor com atribuição criminal, que analisará o caso e decidirá se apresenta ou não uma denúncia à Justiça. 

No Paraná, OAB cogita criar rede de proteção

Com o fim das eleições após um dos pleitos mais polarizados e violentos da história do Brasil no pós-redemocratização, uma comissão da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção do Paraná (OAB-PR) tem intensificado sua atuação no sentido de proteger o público LGBTI de Curitiba. Ao longo dos dois meses de disputa eleitoral, essas pessoas foram as mais visadas por agressores, com cerca de 140 casos de violência cuja motivação era política. Apenas no Paraná foram cinco ocorrências desse tipo, segundo o Mapa da Violência Eleitoral.

Ananda Puchta, secretária-geral da Comissão de Diversidade e Sexual e de Gênero (CDSG) da OAB, comenta que há a possibilidade de vir a ser criada uma rede de proteção caso as denúncias de violência comecem a aumentar consideravelmente. “Caso haja mais demandas, vamos agir em conjunto para criar essa rede de proteção e acompanhar os casos”, afirma ela, destacando que o cenário ainda é muito nebuloso neste momento. “Torço para que a gente não tenha incidentes, mas realmente não sei o que virá pela frente”.

Por conta disso, inclusive, é importante que as vítimas ou mesmo quem verificar caso de violência contra homossexuais faça a denúncia à comissão por meio do e-mail [email protected] ou então pela página da comissão no Facebook, um canal mais direto (https://www.facebook.com/cdsgoabpr/).

Importante destacar, ainda, que a comissão da OAB não advoga em casos de violência contra homossexuais, mas acompanha/monitora os casos, atuando junto aos demais órgãos do Judiciário e ao Executivo.