Guilherme Cunha/Alerj

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Agentes da Divisão de Homicídios do Rio de Janeiro cumprem nesta quinta-feira (13) mandados de prisão e de busca e apreensão ligados às mortes da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, há nove meses sem solução.

Segundo o delegado Giniton Lages, que comanda as investigações, os mandados são parte de um outro inquérito, que transcorrem de forma paralela às investigações do caso —o inquérito principal ainda não foi concluído.

Os policiais estão em endereços espalhados pelos estados do Rio e de Minas Gerais: na zona oeste do Rio, em Nova Iguaçu (Baixada Fluminense), Angra dos Reis (sul do estado), Petrópolis (região serrana) e Juiz de Fora (MG). Segundo a TV Globo, são 15 locais no total —o delegado disse que o número está sob sigilo.

Marielle e Anderson foram mortos no dia 14 de março. Eles retornavam para a casa da vereadora após uma reunião política na Casa das Pretas, na Lapa, bairro do centro do Rio. Desde então, autoridades declararam que o caso estava perto do fim ao menos cinco vezes, mas poucas informações concretas foram divulgadas. O que as provas indicam até agora é que foi um crime calculado e sofisticado.

A principal linha de investigação continua apontando para o vereador Marcello Siciliano (PHS) como mandante do crime por supostas desavenças com Marielle na zona oeste do Rio, o que ele nega desde o início. Há outras linhas, porém, segundo inquérito de milhares de páginas obtido pela TV Globo e ainda não concluído.

O secretário de Segurança do Rio, general Richard Nunes, chegou a dizer em entrevista à Globonews que “não é um crime de ódio”, que “a milícia, com toda certeza, se não estava no mando do crime em si, está na execução" e que “provavelmente” há políticos envolvidos.

Já Giniton Lages se limitou a responder à reportagem que a equipe "está convicta de que o sigilo é medida fundamental e inafastável para o sucesso das investigações".