A Polícia Civil do Rio vai realizar nos próximos dias uma reconstituição dos últimos passos do pedreiro Amarildo Dias de Souza, de 43 anos, que está desaparecido desde a noite de 14 de julho, após ter sido levado por policiais militares à sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, na zona sul do Rio. Todos os PMs que mantiveram contato com o pedreiro durante sua passagem pela UPP participarão da diligência.

O delegado Rivaldo Barbosa, titular da Divisão de Homicídios (DH), esteve novamente nesta terça-feira, 06, na Rocinha, onde realizou novas perícias no trajeto entre a casa de Amarildo, na localidade conhecida como Rua 2, e a sede da UPP, na área chamada Portão Vermelho. “Vamos tentar esclarecer a rotina de Amarildo, seus últimos passos e como ele chegou à UPP. O objetivo da perícia de hoje foi levantar o máximo de informações para que possamos formular perguntas exatas aos policiais”, disse o delegado.

Os policiais também procuraram novas testemunhas do caso. Na segunda-feira, 05, 14 PMs da UPP foram ouvidos na DH. Um dos depoimentos durou mais de seis horas. Até esta terça a DH já havia interrogado cerca de 20 pessoas.

Conforme reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, uma testemunha teria visto um homem pardo, trajando apenas short, sendo torturado com um saco na cabeça dentro dos limites da UPP, na noite do sumiço de Amarildo. Essa testemunha teria contado o fato a moradores da favela. O advogado da família do pedreiro, João Tancredo, está tentando localizar essa pessoa e convencê-la a prestar depoimento.

Uma segunda testemunha também disse a moradores da Rocinha que, dias após o sumiço de Amarildo, viu PMs retirando sacos plásticos pretos da mata na parte alta da favela, perto da UPP. Segundo essa pessoa, os sacos foram colocados dentro de uma viatura da unidade. O episódio teria ocorrido horas depois que parentes de Amarildo, moradores da favela e PMs da UPP realizaram buscas pelo corpo do pedreiro, na mesma região, sem encontrar nada.