Frankin de Freitas – Potencial de consumo no Paraná cresceu mais que no Brasil

Após dois anos de pandemia do novo coronavírus, a economia paranaense dá mais sinais de recuperação em 2022. Uma evidência disso é que o consumo das famílias segue recuperando o fòlego e deve movimentar R$ 366,7 bilhões em 2022, montante 13,5% maior que o registrado em 2021 (quando o potencial de consumo já havia crescido 10,5% na comparação com o ano anterior).

Os dados são do estudo IPC Maps 2022, especializado há quase 30 anos no cálculo de índices de potencial de consumo nacional, com base em dados oficiais. Ainda conforme o levantamento, o Paraná é o quinto estado com maior potencial. No Brasil, o consumo das famílias deve movimentar cerca de R$ 5,6 trilhões ao longo de 2022, o que representa um aumento real de apenas 0,92% em relação a 2021.

No caso paranaense, o setor de habitação lidera a intenção de consumo deste ano, com previsão de R$ 78,5 bilhões. Em seguida vem veículo próprio (R$ 49,3 bilhões), alimentação no domicílio (R$ 28,7 bi), alimentação fora do domicílio (R$ 13,2 bi)material de construção (R$ 10,7 bi), medicamentos (R$ 9,9 bi), higiene e cuidados pessoais (R$ 9,4 bi) e educação (R$ 9,3 bi). Chama a atenção, ainda, o abismo no potencial de consumo entre as famílias de maior e menor renda no estado. Entre as famílias de classe A, por exemplo, a expectativa é que o valor consumido ao longo do ano chegue a R$ 463 mil por domicílio. Entre os domicílios de classe B, esse valor já cai em um terço, praticamente, para R$ 155 mil. Já entre as famílias de classe C o montante a ser consumido é de R$ 69 mil e entre os domicílios de classe D/E, R$ 33 mil.

Ranking municipal

Entre os municípios paranaenses, como seria de se esperar, Curitiba aparece como o principal destaque, sendo a sexta cidade brasileira com maior potencial de consumo e a 1ª colocada do Paraná. Em 2022, as famílias da capital paranaense devem movimentar R$ 77,2 bilhões em consumo, valor 17,9% superior aos R$ 65,5 bilhões registrados no ano passado. Entre os diversos setores da economia, os que mais devem se beneficiar disso são habitação (R$ 16,9 bilhões), veículo próprio (R$ 11,5 bilhões), alimentação no domicílio (R$ 6,1 bilhões), alimentação fora do domicílio (R$ 3 bilhões), materiais de construção (R$ 2,5 bilhões) e educação (R$ 2,3 bilhões).

Na sequência aparecem ainda os municípios de Londrina (com potencial de consumo estimado em R$ 22,2 bilhões), Maringá (R$ 17,4 bi), Cascavel (R$ 12,7 bi) e Ponta Grossa (R$ 12 bi), merecendo ainda um destaque a melhora dos municípios paranaenses no cenário nacional. Localizada no norte do Paraná, Londrina era a 35ª cidade brasileira com maior potencial de consumo em 2021 e agora aparece em 31º. Outros exemplos são Cascavel, no oeste do estado, que saltou da 72ª para a 57ª posição; e Ponta Grossa, nos Campos Gerais, que subiu de 69º para 64º.

Grande Curitiba responde por mais de um terço do consumo paranaense

A Região Metropolitana de Curitiba (RMC), com seus 29 municípios, responde por mais de um terço do potencial de consumo do Paraná, revelam ainda os dados do IPC Maps.

Em 2022, a Grande Curitiba, como também é conhecida a região, deve movimentar aproximadamente R$ 130 bilhões, o equivalente a 35,44% do valor total a ser despendido com consumo pelas famílias paranaenses.

Além de Curitiba, outros municípios metropolitanos com destaque são São José dos Pinhais (6º lugar no ranking estadual, com R$ 11,6 bilhões), Colombo (7º lugar, com R$ 7,8 bi), Araucária (10º, com R$ 4,9 bi) e Pinhais (12º, com R$ 4,860 bi). Por outro lado, as cidades metropolitanas com menor potencial de consumo são Doutor Ulysses (368º lugar entre as 399 cidades paranaenses, com R$ 0,07 bilhões), Adrianópolis (315º, com R$ 0,112 bi) e Tunas do Paraná (258º, com R$ 0,164 bi).

Em um ano, 42 mil empresas paranaenses fecharam as portas

De 2021 para 2022, 42.382 empresas paranaenses fecharam as portas. Conforme o IPC Maps, o Paraná tinha até o ano passado um total de 1.524.009 empresas registradas. Neste ano, o número já caiu para 1.481.627, uma redução de 2,8%. Curitiba, com 355.920 empresas, concentra 24% das empresas no estado, ou seja, praticamente um quarto do total.

Entre os setores da economia,o principal destaque paranaense é o de serviços, com 823,122 empresas, seguido pelo comércio (363.006), pela indúistria (282.567) e pelo agribusiness (12.932). Analisando tais dados detalhadamente, temos que os maiores destaques no setor de serviços são as empresas de serviço em geral (436.466), seguido pelas empresas de alimentação (96.165) e de transporte (88.379). Na indústria, o segmento de indústria em geral (140.089) e de construção (136.006) despontam.