SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O atual primeiro-ministro da Austrália, Scott Morrisson, 51, foi reeleito neste sábado (18) com cerca de dois terços dos votos apurados.


Scott afirmou à imprensa que sua reeleição foi “um milagre”, dizendo que a vitória foi graças aos “australianos quietos” que o apoiaram. “Eu sempre acreditei em milagres.”


Ainda não está claro se Scott conseguirá governar com uma maioria absoluta no Parlamento. A coalizão liderada por ele alcançou as 76 cadeiras necessárias para alcançar a maioria, segundo a Comissão Eleitoral Australiana (AEC).


“Esta noite não é sobre mim e não é nem sobre o Partido Liberal. É sobre cada australiano que conta com seu governo para colocá-lo em primeiro lugar”, afirmou.


O resultado oficial, com os nomes de todos os eleitos para a Câmara (151 cadeiras) e para o Senado (38 de um total de 76), só será conhecido em alguns dias.


A vitória do líder conservador é uma surpresa para analistas e contradiz as pesquisas pré-eleitorais, que eram favoráveis ao líder de oposição de centro-esquerda, o trabalhista Bill Shorten, 52.


As projeções deram margem de cinco pontos percentuais à frente para os trabalhistas, que poderiam voltar ao poder depois de um hiato de seis anos.


Após a apuração da maioria dos votos, Shorten reconheceu sua derrota e anunciou sua renúncia da liderança do Partido Trabalhista.


“Eu sei que estão magoados, e eu estou também”, afirmou a seus apoiadores na sede do partido, em Melbourne.


“E sem querer gerar nenhuma falsa esperança, mesmo ainda havendo milhões de votos a serem contados e cadeiras importantes a serem finalizadas, é óbvio que o Partido Trabalhista não será capaz de formar o próximo governo”, acrescentou.


“Pelo interesse nacional, há pouco telefonei [para o líder liberal e premiê] Scott Morrison para parabenizá-lo.”


Morrison garantiu sua vitória com votos obtidos no estado de Queensland, cuja economia é baseada no carvão, e em várias localidades suburbanas.


O pleito para escolher os novos membros do Parlamento começou neste sábado (18, noite de sexta no Brasil) e terminou às 5h no horário brasileiro.


A campanha foi marcada pelas discussões em torno dos efeitos que o superaquecimento do planeta vem deixando na 19º economia do mundo.


A emissão de poluentes no país aumenta constantemente desde 2014, ano em que o governo liberal de Tony Abbott, cumprindo promessa de campanha, abandonou a cobrança da taxa de carbono que recaía sobre empresas poluentes.


O dinheiro arrecadado era usado em iniciativas para diminuir a emissão de poluentes e apoiar o crescimento de iniciativas de energia limpa.


Diante do cenário, Morrison, conhecido por seu desdém em relação à energia renovável, se viu obrigado a mudar de atitude para não perder votos e passou a propor a redução dos níveis de emissão de poluentes em 26% até 2030.


A coalizão também propôs um “fundo de soluções climáticas” no valor de US$ 2 bi para os próximos 15 anos.


Cerca de 17 milhões de eleitores foram às urnas neste ano. Quatro milhões de australianos enviaram seus votos antecipadamente, pelos correios –a modalidade é permitida no país, onde o voto é obrigatório.