A realização de partidas com torcida única no futebol paulista será tema de encontro entre o presidente da CBF, Rogério Caboclo, e o governador de São Paulo, João Doria. Neste sábado, a confederação revelou que as autoridades vão se reunir em janeiro para debater o assunto.

A polêmica prática de proibir a presença de torcedores visitantes voltou a ser tema nesta semana, com a determinação da CBF, após pedido da Polícia Militar e do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), de que não houvesse torcida do Flamengo no jogo contra o Palmeiras, neste domingo, no Allianz Parque, pela antepenúltima rodada do Campeonato Brasileiro. O MP-SP alegou que obteve com a PM informações de brigas marcadas pela internet e emboscadas organizadas para atacar ônibus de flamenguistas.

A medida é inédita no Brasileirão quando se trata de encontro de times de Estados diferentes. Em São Paulo, a torcida única existe desde 2016 mas apenas para clássicos entre clubes locais, independentemente da competição. No primeiro turno, no Maracanã, Flamengo e Palmeiras se encontraram em partida que teve a presença da torcida visitante.

Neste sábado, Caboclo esteve no estádio Nabi Abi Chedid, onde entregou a taça de campeão da Série B ao Bragantino. Lá, de acordo com a CBF, conversou por telefone com Doria para tratar da realização de partidas com torcida única no estado paulista.

“Doria e Caboclo deixaram marcada para janeiro uma reunião, quando acionarão todas as partes envolvidas na organização dos jogos para debater. A ideia é que o Governo de São Paulo e a CBF busquem, conjuntamente com os órgãos de segurança, Ministério Público, Tribunal de Justiça do Estado e Federação Paulista, uma solução definitiva para esta situação”, afirmou a confederação.

A CBF afirma que, apesar de ter acatado o pedido do MP e da PM, é contra a adoção da torcida única. “A CBF sempre respeitará decisões embasadas provenientes de autoridades responsáveis, como o Ministério Público do Estado de São Paulo e a Polícia Militar do Estado de São Paulo, mas enfatiza que a adoção da torcida única afeta direitos de terceiros, que vão desde os patrocinadores, passando pelos telespectadores e atingindo, principalmente, os torcedores”, afirmou em nota divulgada na última sexta-feira.