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Crises alérgicas se acentuam na primavera, e a razão delas é a própria natureza. A concentração do pólen das gramíneas no ar durante a estação pode ser até dez vezes maior do que nas outras épocas do ano. É essa poeira invisível que, em contato a mucosa, causa a irritação, ou a reação inflamatória, que atinge olhos, nariz e garganta, fenômeno chamado de polinose

“A polinose no sul do país é uma agravante para as doenças respiratórias”, explica o médico Flávio Massao Mizoguchi, do Centro de Rinite do Hospital IPO. As manhãs mais secas da primavera são as piores para quem sofre de rinite, sinusite e asma, porque é quando há mais pólens espalhados pelo ar.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) informa que 30% da população no Brasil tem algum tipo de alergia. E aponta que a rinite alérgica pode ser considerada a doença de maior prevalência entre as doenças respiratórias crônicas — atinge até 25% da população em todo o mundo — e está entre as dez razões mais frequentes de atendimento primário à saúde.

Dados da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia apontam que, no Brasil, são cerca de 20 milhões de asmáticos — no mundo, o número chega a 300 milhões. É uma das doenças crônicas mais comuns, atinge adultos e crianças e é uma das causas mais significativas de absenteísmo e de ausência escolar.

Já a sinusite afeta uma em cada oito pessoas em todo o planeta, segundo a Academia Americana de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço (AAO-HNSF, na sigla em inglês) e é a quinta causa mais frequente do consumo de antibióticos.

Máscaras e óculos ajudam na proteção

Para minimizar os efeitos do fenômeno, soro fisiológico para limpar a fossa nasal, colírio para aliviar irritação nos olhos são sempre úteis. “Uma vez em crise, as opções são um antialérgico oral e o spray nasal de medicamento. Mas é importante que o paciente nunca faça auto-medicação”, destaca Mizoguchi. Se o problema se agravar, a indicação é procurar um médico.

As máscaras do combate à covid-19 são ferramentas úteis para tentar evitar crises, o caso daqueles que precisam estar em ambiente externo. É preciso escolher, porém, o modelo mais indicado para evitar outros problemas. “Máscaras N95 e PFF2 são as que filtram melhor, mas podem dificultar a respiração. Já as máscaras sintéticas podem causar alergia de pele em algumas pessoas”, informa Mizoguchi.

Manter as janelas fechadas pela manhã em dias secos e de muito vento ajuda a diminuir a entrada de pólens em casa. Cuidar para que o ambiente interno esteja sempre limpo, livre de poeira e de ácaros é também uma boa maneira de diminuir os efeitos da estação.

Principais sintomas da polinose

• Espirros
• Olhos e nariz irritados
• Coceira no nariz, garganta e olhos
• Nariz entupido
• Tosse frequente
• Falta de ar por conta do agravamento da asma
• Coriza
• Chiado no peito