Franklin de Freitas – Black Friday ganhou espaço no calendário de compras nos últimos anos: atenção do consumidor é necessária

À medida que o mês de novembro se encaminha para o seu fim, aproxima-se também a data da Black Friday, que acontece a partir da zero hora de amanhã. Um período marcado por um grande volume de ofertas, mas que também traz alguns riscos: diante de tantas promoções e descontos, o consumidor pode se deixar levar por impulsos e acabar caindo, por exemplo, em golpes.

De 2018 a 2020, por exemplo, o Procon-PR recebeu 432 reclamações sobre vendas realizadas neste período. Não se trata, efetivamente, de um grande número de situações problemáticas, aponta Claudia Silvano, chefe do Procon-PR. Ainda assim, o consumidor não pode se descuidar, ainda mais numa época em que sites maliciosos proliferam e as artimanhas de golpistas se tornam cada vez mais rebuscadas.

“Nossa preocupação é que, depois que o negócio está feito, é difícil resolver. O ideal é orientar antes. Preocupante, neste momento, é a possibilidade de golpe. Isso é preocupante”, afirma Cláudia, citando ainda que “aumentou demais” as situações de golpe e fraude contra os consumidores.

Por isso, é importante que quem for comprar esteja atendo a algumas situações que devem gerar, pelo menos, desconfiança no consumidor. “O produto vai estar com preço convidativo, aí entra num link recebido através de rede social, de e-mail, de serviço de mensagem de texto. Entra num link falso e paga com PIX, porque o PIX também vai ser uma forma de pagamento. A ideia do golpista é dar facilidade, então ele vai dar 15, 20, 30% de desconto no PIX, porque para ele tanto faz. E essa é a nossa preocupação, porque depois que pagou com PIX, reaver o dinheiro é difícil”.

Cláudia ainda ressalta que não se deve subestimar a capacidade dos golpistas. “Não tem criança fazendo isso, é gente muito sofisticada fazendo esse tipo de golpe. Isso não é coisa de amador, é coisa de profissional. São gangues, gente preparada. Eles constroem sites iguais aos de grande redes varejistas. Esses sites maliciosos são derrubados e cinco minutos depois tem outro.”

Para evitar a perda de dinheiro e dores de cabeça, Claudia Silvano deixa ainda algumas dicas aos leitores, além de relatar quais os tipos de problema mais comuns nas compras nesta época do ano.

Black Friday

Problemas mais comuns de serem relatados pelos consumidores

  • Não entrega do produto comprado
  • Demora na entrega do produto adquirido
  • Emissão de boleto falso para pagamento
  • Falsas promoções (a loja anuncia o produto como em preço promocional, mas o preço é, na realidade, aquele já praticado usualmente pelo estabelecimento)
  • Marketplace (sites devem informar quando o vendedor é um terceiro e não a própria rede varejista)
  • Produto no carrinho (as lojas devem informar por quanto tempo um produto adicionado ao carrinho permanecerá por lá enquanto a compra não for efetivada)

Dicas para evitar dor de cabeça e prejuízos

  • Fazer acompanhamento de preço dos produtos (em buscadores como Zoom e Buscapé é possível verificar o histórico de preços e o menor preço praticado nos últimos 40 dias)
  • Não clicar em links recebidos em redes sociais e, em vez disso, buscar diretamente pelo site das redes varejistas
  • Se a loja não aceitar cartão de crédito, desconfie
  • Cuidado com lojas desconhecidas, que ninguém nunca ouviu falar
  • Atenção, também, quando for efetuar o pagamento pelo produto adquirido e verificar que o valor irá direto para o nome ou conta de uma pessoa física
  • Não considere apenas as promoções online. Lojas físicas também participam da Black Friday e podem apresentar bons preços e boas opções de pagamento

Categorias de produtos mais buscados na Black Friday
(levantamento da NielsenIQ/Ebit, que considerou 2.336 entrevistas)

Categoria (intenção de compra em 2020, intenção de compra em 2021)

  • Eletrônicos (43% em 2020, 44% em 2021)
  • Eletrodomésticos (37% em 2020, 39% em 2021)
  • Casa e Decoração (29% em 2020, 30% em 2021)
  • Informática (29% em 2020, 29% em 2021)
  • Moda (27% em 2020, 28% em 2021)
  • Cosméticos e Perfumaria (21% em 2020, 24% em 2021)
  • Telefonia / Celulares (25% em 2020, 23% em 2021)
  • Livros (18% em 2020, 18% em 2021)
  • Games (13% em 2020, 15% em 2021)
  • Alimentos e bebidas (12% em 2020, 14% em 2021)

Aplicativo do Estado permite pesquisar 29 milhões de preços

A Black Friday está chegando. Esse é o momento em que muitos consumidores costumam realizar compras a partir de boas ofertas. Para ajudar os paranaenses o Governo do Estado indica o aplicativo Menor Preço, fruto de uma parceria entre a Celepar e a Secretaria de Estado da Fazenda. A ferramenta, um desdobramento do Nota Paraná, permite comparação de quanto custa um mesmo produto em diversos estabelecimentos.

Com o aplicativo, disponível na web e nas plataformas Android e iOS, a consumidor pode pesquisar aproximadamente 29 milhões de preços de produtos, que são atualizados semanalmente por cerca de 100 mil estabelecimentos varejistas. A plataforma utiliza como base informações de milhões de Notas Fiscais de Consumidor Eletrônica (NFC-e) que são emitidas diariamente no Estado.

Os preços são atualizados em tempo real, de acordo com os registros das notas. O consumidor pode consultar os valores em um raio de até 20 quilômetros, por meio do código de barras do item ou pelo nome do produto. Após selecionar o estabelecimento desejado, o aplicativo ainda disponibiliza um mapa com o caminho mais curto até o local.