Divulgação – Preço da vacina contra sarampo é

Laboratórios de Curitiba perceberam aumento que varia de 15% a 45% na procura pela vacina contra o sarampo. O comportamento está relacionado a um surto recente da doença no Estado de São Paulo, que registrou 350 casos de contaminação neste ano. Curitiba, por outro lado, não tem registro de sarampo há 21 anos. Essa conquista agora está ameaçada. Desde 1º de janeiro deste ano foram confirmados 426 casos da doença no Brasil, com números expressivos também no Estado do Pará (53) e registros recentes no Rio de Janeiro (11), Minas Gerais (4), Amazonas (4), Santa Catarina (3) e Roraima (1). Os dados foram divulgados pelo Ministério da Saúde neste mês e motivaram a Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba a emitir um alerta sobre o iminente surto de sarampo na cidade.

As 110 unidades de saúde do município estão com estoques em dia e têm disponíveis vacinas gratuitas contra o sarampo. Mesmo assim, a rede participar de laboratórios e clínicas de vacinação têm registrado aumento. Nas unidades do Laboratório Frishmann Aisengart na capital paranaense foram aplicadas neste ano 139 doses da vacina, a maioria no último mês. No primeiro semestre de 2018, entre 1º de janeiro e 30 de julho, foram 120 vacinas. “Temos tido uma procura maior, porque o assunto entra em pauta, com as campanhas as pessoas têm procurado mais. Até adultos, adolescentes que era uma parcela menos atenta a essa vacina tem nos procurado”, afirma o médico Alberto Chebabo, especialista em infectologia do laboratório. Segundo ele, o alerta de sarampo motivou parte do público a procurar vacinas também de outras doenças, mesmo erradicadas.

Chebabo garante que mesmo com a procura maior não há qualquer alteração no preço da vacina e que não há risco de falta, como ocorre em clínicas de são Paulo. Em Curitiba, o preço chega a R$ 120,00 em alguns laboratórios. “O valor não subiu, é o mesmo. A vacina do sarampo não é uma que tenha muita falta, talvez uma ou outra unidade, de forma pontual, por algum problema específico, mas não é comum ter falta. Algumas vacinas são importadas e tem dificuldade de fornecimento pelo fabricante, mas não é o caso do sarampo. A vacina da meningite meningocócica, por exemplo, é uma importada que, mesmo tendo duas a quatro marcas, ainda falta às vezes”, compara.

A Unimed Laboratório, também referência em Curitiba e região metropolitana, registrou um aumento de 45% no número de doses aplicadas das vacinas tríplice e tetra viral, entre janeiro e junho de 2019, em comparação ao mesmo período do ano anterior. Segundo o médico Jaime Rocha, infectologista da empresa, muitos serviços públicos de saúde oferecem a tríplice viral (MMR, VTV ou SCR), que protege contra três doenças (sarampo, caxumba e rubéola), mas é importante lembrar de tomar as duas doses. “A 1ª dose da vacina, a tríplice viral, deve ser tomada aos 12 meses de idade. A 2ª, a tetra viral, aos 15 meses (sarampo, caxumba, rubéola e varicela)”, recomenda o médico.

Ele lembra, ainda, que o calendário nacional de vacinação prevê duas doses também para adolescentes e adultos até 29 anos. Já para os quem têm entre 30 e 49 anos, uma dose é suficiente. “A vacinação é o principal recurso para evitar que o surto atinja o Paraná. A recomendação é que, quem ainda não se protegeu, procure o mais breve possível pela VTV”, explica.

O alerta divulgado pelo Ministério da Saúde aponta que o surgimento da epidemia em outros estados se deve a um acúmulo de indivíduos suscetíveis – pessoas que nunca tiveram sarampo ou que nunca se vacinaram adequadamente –, quantidade suficiente para sustentar a transmissão do vírus. Nessas situações, todas as faixas etárias são afetadas, com maior incidência em crianças menores de um ano de idade.

Altamente contagioso, o sarampo é uma infecção viral aguda geralmente transmitida pela tosse, espirros ou fala, que pode provocar doença grave, principalmente em não vacinados. Entre as principais complicações, estão a otite média aguda, pneumonia bacteriana, laringite e laringotraqueite. Em casos mais raros, há manifestações neurológicas, doenças cardíacas, miocardite, pericardite e panencefalite esclerosante subaguda (complicação rara que acomete o sistema nervoso central após sete anos da doença).

Em uma semana, Paraná registra 40 novos casos e três mortes por gripe
O Informe sobre a Influenza no Paraná divulgado pela Secretaria Estadual da Saúde apresenta 488 casos confirmados da doença. São 40 casos a mais em uma semana. O boletim anterior apresentava 448 confirmações. O vírus que registra maior circulação é o H1N1, presente em 421 casos de Influenza – 86,3%. Aumentaram também os óbitos no Estado: eram 87 e agora são 90 mortes por causa da gripe e agravamentos da doença.

A Região Metropolitana de Curitiba é a que apresenta mais ocorrências, com 193 casos, seguida da região de Foz do Iguaçu (55) e de Ponta Grossa (38 confirmações). O monitoramento sobre a Síndrome Respiratória Aguda por Influenza aponta dados desde o início de janeiro de 2019 até 30 de julho.

Os óbitos foram registrados nos municípios de Guarapuava (homem, 62 anos), Londrina (homem, 48 anos) e Capitão Leônidas Marques, na região de Cascavel (homem, 72 anos). Segundo o boletim, 92,2% dos óbitos por Influenza apresentam fatores de risco. Os principais são fragilidades apresentadas na terceira idade, doenças cardiovasculares crônicas e doenças que afetam os pulmões.