Franklin de Freitas – Desempregado

Uma pesquisa recente divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que, no período de um ano, cresceu em 17,8% o número de desalentados no Paraná — pessoas que desistiram de procurar emprego no País. No primeiro trimestre do ano passado, eram 90 mil os paranaenses em situação de desalento. Já no primeiro trimestre deste ano, o número chegou a 106 mil.

Segundo Geovana Conti, sócia fundadora da empresa social curitibana de desenvolvimento humano Y (Youngers), o cenário reflete a junção da crise econômica com a chegada denovas tecnologias, que acabaram por aposentar inúmeras vagas de emprego, desestimulando quem buscava por uma oportunidade.

“Isso reflete nos números. Depois de anos tentando, mandando currículo e sendo recusado em propostas, eles desistem mesmo do mercado de trabalho”, comenta Geovana, que faz questão de ressaltar que a situação de desalento não significa que essas pessoasnão estejam produzindo. “Como os boletos não param de chegar, o emprego informal e o empreendedorismo acabam sendo possibilidades bastante interessantes.”

Foi o que observou Alex Santos, o Leco, morador da Vila Torres. Há três anos ele estava desempregado e, como precisava de uma renda, resolveu montar um brechó, que até hoje mantém na frente de sua casa. Ali, vende artigos de decoração e outros objetos usados e doados pela comunidade, conseguindo tirar o seu sustento junto com o trabalho de fotógrafo amador.

“Estava desempregado e tinha muita coisa em casa, então fui colocando para vender. Depois de um tempo o pessoal da Y ficou sabendo do meu negócio por meio de um amigo e fui fazer curso”, conta Leco. “Ter passado pela Y me trouxe ideias e perspectivas de lucro para os meus negócios. Eu aprendi como vender, como lidar com o público.”

Hoje, não só Leco, mas também sua prima e a irmã vivem do empreendedorismo, uma com um carrinho de lanches e outra comercializando cosméticos. “A família toda já está no ramo do varejo”, diz ele, orgulhoso.

Para quem se interessou e também passa por um momento de aperto, uma boa notícia: hoje a Y irá lançar um site que promete indicar um caminho para o próximo salário. No meupróximosalário.com.br qualquer pessoa com acesso à internet terá à disposição conteúdos exclusivos e de qualidade sobre empregabilidade. A metolodogia compreende a extensa bagagem profissional de Geovana, que já atuou em pequenas e grandes empresas como funcionária antes de criar o próprio negócio.