Geraldo Bubniak – Grupo de profissionais dedicam o domingo para prestar atendimento gratuito no Centro de Curitiba

Ontem, um grupo de médicos voluntários realizou mais uma etapa de um programa que presta atendimento gratuito a moradores de rua de Curitiba. A ação, que teve início às 10 horas na Praça Tiradentes, no Centro, faz parte do Projeto Médicos de Rua, uma iniciativa de jovens profissionais da saúde que tem como propósito realizar um trabalho de assistência à população carente, que vive marginalizada nas praças e ruas da cidade.
De acordo com Ricardo Sirigatti, um dos idealizadores da iniciativa na Capital, o projeto segue o exemplo dos Médicos do Mundo, nos Estados Unidos. A primeira ONG do Médicos de Rua no Brasil foi criada em São Paulo, sendo que Curitiba é o quarto município brasileiro a receber o projeto, que já marca presença em Recife (PE) e Itajubá (MG).
“Resolvemos copiar esse modelo porque vimos a necessidade. Existe uma quantidade bem significativa de pessoas em situação de rua em Curitiba e por aqui ainda tem uma necessidade bem específica, por conta do frio. Então nossos moradores de rua sofrem mais do que em outros lugares”, explica o médico, que coordena o projeto ao lado da médica Emily Santos.
A ação no final de semana, inclusive, foi a segunda do grupo na Capital. Na primeira, ocorrida em 10 de junho, foram feitos 304 atendimentos médicos em três horas, com a participação de 120 voluntários e nove médicos formados — além de dentistas, psicólogos, enfermeiros e estudantes das mais diversas áreas da saúde. 
“Tudo começa com um grande café da manhã, ofertado pela ONG Mãos Invisíveis. Em seguida é feita uma triagem ali e uma espécie de entrevista, com os pacientes depois passando por atendimento médico”, explica Sirigatti, destacando que a grande maioria dos problemas enfrentados por essa população em situação de vulnerabilidade são resolvidos na hora.
“Clinicamente, mais de 95% dos problemas conseguimos resolver ali, na hora. Por isso tentamos fazer as ações mensalmente. Geralmente, num tratamento crônico, você vai fazer uma visita mensal à unidade básica de saúde. Então a ideia é essa, fazer uma mecina de rua, mas com voluntariado, gente que está ali para ajudar mesmo”, continua.” Em muitos casos fazemos um atendimento médico e o paciente não tinha problema algum de saúde, só queria um abraço”.